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Jornalista Sérgio Augusto aponta 'infantilização' do cinema brasileiro

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Jornalista Sérgio Augusto aponta 'infantilização' do cinema brasileiro

De acordo com o crítico, as produções nacionais são feitas para pessoas de até, no máximo, 35 anos

Jornalista Sérgio Augusto aponta 'infantilização' do cinema brasileiro

Foto: Walter Craveiro/Flip

Por: Lara Curcino no dia 22 de maio de 2020 às 12:59

O jornalista e crítico de cinema Sérgio Augusto afirmou hoje (22), em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, que a cultura brasileira passa por um momento, há alguns anos, de infantilização do cinema. 

“O cinema ficou muito infantilizado, hoje os filmes são feitas para uma faixa etária de 12 a, no máximo, 35 anos. E se você vai na internet, as pessoas discutem produções de uma maneira extremamente adolescente, parece que estão falando de gibi, coleção de figurinha. Um papo meio bobo”, avaliou o jornalista. 

Sérgio Augusto, que lançou em dezembro de 2019 um livro em que reúne suas críticas, intitulado Vai Começar a Sessão, comentou sobre antigos estúdios do cinema brasileiro e a importância deles para a cultura do país. 

“A Vera Cruz foi uma tentativa de fazer um cinema com viés italiano, até porque um dos donos, Franco Zampari, era da Itália. Então foram os primeiros filmes com conteúdo mais pesado no Brasil. Já a Atlântida foi uma grande sacada aqui no Rio, inclusive no interior do estado. Eles faziam uma coisa que o cinema brasileiro deixou de fazer: ter a produção e ter onde escoar essa produção, ou seja, ser dono do estúdio e também das salas de cinema. Assim você pode bancar o filme. Hoje em dia se o filme não dá público logo de cara, o empresário tira a produção, coloca um blockbuster americano e não há nada há se fazer” explicou o crítico.

Sérgio Augusto também afirmou que a sociedade vive, nos dias atuais, uma “lavagem cerebral, inclusive no cinema, onde se trabalha com imagens, costume, música, entre tantas outras coisas”. “E aí vem aquele ideal americano, todos aqueles valores, artigos de consumo, somos muito imitativos”.