Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Cultura

/

ABI celebra 90 anos com inauguração de Museu da Imprensa: 'Não tivemos direito a sossego'

Cultura

ABI celebra 90 anos com inauguração de Museu da Imprensa: 'Não tivemos direito a sossego'

Mário Kertész conversou sobre o evento com o presidente da entidade, Walter Pinheiro, e o pesquisador Nelson Cadena

ABI celebra 90 anos com inauguração de Museu da Imprensa: 'Não tivemos direito a sossego'

Foto: Metropress

Por: Juliana Rodrigues no dia 13 de agosto de 2020 às 12:59

Os 90 anos de história da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) serão celebrados na próxima segunda (17) com uma programação especial, que inclui a reinauguração do Museu da Imprensa, instalado na sede da entidade, na Praça da Sé. A exposição que reabre o espaço tem curadoria do jornalista e pesquisador Nelson Cadena, que foi entrevistado hoje (13) por Mário Kertész, na Rádio Metrópole. O presidente da ABI, Walter Pinheiro, também participou da conversa.

"Estamos pensando em várias exposições. Uma sobre ilustradores e fotógrafos, tanto os antigos quanto os novos, uma exposição sobre a liberdade de expressão, que a ABI tem farta documentação sobre isso, não apenas no período do golpe de 64, como também na Revolução de 30 e em alguns períodos intermediários, onde aparentemente houve liberdade de imprensa, mas não houve. Em vários momentos, a ABI interveio, solicitando para que as autoridades tomassem atitudes. Num primeiro momento, temos dez painéis, sobre temas como a memória do rádio e da televisão, meios de produção, imprensa escrita, mídias alternativas, os 90 anos da ABI, e também o lado jornalista de Ruy Barbosa, que é mais conhecido pelo seu papel como jurista. São painéis fotográficos e temáticos, com imagens e texto", explicou Cadena.

Na conversa com MK, Pinheiro também adiantou que o pesquisador escreveu um livo sobre a história da ABI, a ser lançado em breve. O presidente afirmou que é um "privilégio" estar na direção da instituição no momento em que ela alcança este marco histórico. "Começamos em 1930 e é preciso fazer a primeira menção a Thales de Freitas, o primeiro idealizador disso. O clima político era tenso e tinha acabado de acontecer o crash da Bolsa de Valores. Era preciso que a imprensa estivesse unida, que os veículos e seus dirigentes estivessem juntos. Olhando toda essa história, verifica-se que não tivemos direito a sossego. Cada gestão que passou por lá enfrentou suas dificuldades que o Brasil tem oferecido a todos nós, e chegamos hoje, em 2020, também administrando, participando ou tentando contribuir para equilibrar esse país e chegar ao nível da grande nação que somos", analisou Pinheiro.

O presidente da ABI, que também é diretor da Tribuna da Bahia, ainda lamentou o clima de polarização que domina o debate político na atualidade. "O nível de intolerância entre as pessoas alcançou um estágio inimaginável, é uma polarização incrível. Você tem que ser Bahia ou Vitória, não pode ser Ypiranga, se for, está em cima do muro. Não é possível que só existam duas opções pra você. Então, o papel da ABI é importante para mediar esse tipo de atitude", pontuou.

Fundado há 43 anos, o Museu da Imprensa estava praticamente desativado. O espaço será inaugurado em uma cerimônia na próxima segunda, às 10h, com transmissão pelo Facebook e pelo YouTube da ABI. A visitação do público será iniciada a partir do dia 31, com agendamento prévio, para atender às medidas da prefeitura relacionadas à covid-19.