
Economia
Economia brasileira cresce apenas 0,1% no 3º trimestre de 2025
“Serviços e consumo das famílias ficaram estagnados”, aponta economista da FGV

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
A economia brasileira registrou um crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao segundo trimestre e acumula alta de 2,5% em 12 meses. Na passagem de agosto para setembro, o desempenho ficou estável, com variação nula.
Os dados integram o Monitor do PIB, estudo mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, divulgado nesta terça-feira (18). A pesquisa faz estimativas sobre o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede o total de bens e serviços produzidos no país.
As informações entre trimestres e meses consecutivos são dessazonalizadas, ou seja, têm as oscilações sazonais excluídas para permitir comparações adequadas entre períodos. Em valores monetários, a FGV calcula o PIB acumulado até o terceiro trimestre em R$ 9,370 trilhões.
Segundo a economista Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o setor de serviços e o consumo das famílias, principais componentes do PIB, permaneceram estagnados, “e os outros componentes pouco contribuíram para um desempenho mais forte da economia”.
Na análise interanual, que apresenta menor volatilidade, a FGV observa desaceleração no consumo das famílias, que vinha crescendo acima de 3% ao ano desde 2021. No terceiro trimestre de 2025, o avanço foi de apenas 0,2% em relação ao mesmo período de 2024.
“Apesar do resultado levemente positivo, o consumo de bens apresentou desempenho negativo, tanto em duráveis como em não duráveis. O consumo de serviços, apesar de positivo, desacelerou significativamente no último trimestre”, destaca o estudo.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede a capacidade produtiva da economia, caiu 0,4% na comparação entre os terceiros trimestres de 2024 e 2025, impactada principalmente pelo fraco desempenho do setor de máquinas e equipamentos. É a primeira retração desde o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2023.
As exportações, por outro lado, cresceram 7% no mesmo intervalo, registrando a maior alta desde o trimestre móvel finalizado em maio de 2024. Todos os grupos de produtos exportados tiveram expansão, com destaque para os itens da indústria extrativa, responsáveis por cerca de 44% do crescimento total das vendas externas.
O Monitor do PIB é uma das ferramentas usadas para acompanhar o desempenho da economia brasileira. Outro indicador é o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-BR), divulgado na segunda-feira (17), que apontou retrações de 0,2% na passagem de agosto para setembro e de 0,9% no terceiro trimestre frente ao segundo. No acumulado de 12 meses, contudo, houve alta de 3%.
O resultado oficial do PIB é divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A próxima publicação, referente ao terceiro trimestre de 2025, está prevista para 4 de dezembro.
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