
Educação
Vídeo mostra sala com mofo, rachaduras e móveis destruídos na Faculdade de Direito da Ufba
Local é usado como empresa júnior da faculdade e ficou fechada durante a pandemia. Diretor da unidade acusa ineficiência por parte da Ufba para executar reparos

Foto: Reprodução Redes Sociais
*Atualizada às 15h11
Mofo com coloração esverdeada e rachadura nas paredes, pedaços de gesso caídos sobre as cadeiras e piso desnivelado, inchado pela umidade. Esse é o cenário de uma das salas da Faculdade de Direito da Ufba (FDUFBA), sede da empresa júnior montada por alunos da unidade.
Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra a dimensão do estrago. As imagens, descritas por alguns como "apocalípticas", remetem a abandono. O diretor da FDUFBA, Julio Rocha, se exime da responsabilidade sobre o caso, já que, segundo ele, a sala não é de uso regular e, portanto, só poderia ser aberta pelos próprios estudantes.
"É uma sala da entidade dos estudantes, da ADV. Junior. Ela estava trancada há dois anos, e existe um problema crônico dessa sala", diz. Rocha explica que o vazamento só foi constatado na última sexta-feira (18), quando os alunos retornaram para utilizá-la novamente.
Antes da volta às aulas, o diretor da FDUFBA afirma que foi feito um mutirão de limpeza em toda a Universidade. Mas, como aquela sala em específico pertencia a uma entidade estudantil, ela não foi aberta para a limpeza.
O problema, no entanto, parece ser ainda maior. Estudantes relatam um caso em que a aula presencial foi cancelada, sob a justificativa de "insalubridade" dada pelo docente da disciplina. Nessa situação em questão, as janelas da sala de aula não abriam e os aparelhos de ar condicionado não funcionam.
Com relação a este caso, Julio Rocha reconhece a gravidade. Porém, segundo ele, o que tem afetado a Faculdade de Direito tem sido a ineficiência da Ufba em liberar o uso de recursos por parte da unidade.
"Qualquer situação dessa faculdade passa pela Ufba. A direção dessa unidade não executa recurso. Nós pedimos a Sumai (Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura) para que realize ações em caso de incidentes como esse", diz.
O diretor afirma que a FDUFBA conta com recursos, mas não que eles simplesmente não são executados. A unidade tem garantido R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares, vindas de quatro deputados, desde 2019. "Está faltando o contrato com a Ufba para ser autorizado", explica.
Além disso, Rocha também falou sobre a situação dos aparelhos de ar condicionado. Segundo ele, a FDUFBA já tem 49 aparelhos novos comprados, mas que ainda não foram instalados por falta de contrato. Julio Rocha diz ainda que, vendo a situação diariamente nas salas de aula, conseguiu comprar 20 ventiladores para "garantir salubridade nas salas", mas, ainda assim, nem todas estão em condições adequadas para a realização de aulas.
A Universidade Federal da Bahia enviou uma nota em que se manifesta sobre o assunto. Sobre a sala fechada em situação degragada, a Ufba disse que "com a retomada das vida presencial em uma universidade de grande porte como a UFBA, é natural que sejam descobertos problemas pontuais em alguns espaços dos campi". Disse ainda que "tão logo sejam identificados, tais problemas possam ser resolvidos com a maior brevidade possível".
A Ufba já confirmou que uma nova visita técnica será realizada, a fim de readequar o espaço ao uso. Sobre as reformas previstas na Faculdade de Direito, a Ufba diz que a licitação para execução das obras estruturais na biblioteca e na rede elétrica da unidade foi concluída em fevereiro deste ano, após ter sido alvo de judicialização ao longo dos anos de 2020 e 2021.
Em nota, a Ufba informa ainda que os aparelhos de ar condicionado já adquiridos para a Faculdade de Direito serão instalados tão logo seja concluída a instalação dos aparelhos de ar condicionado na Faculdade de Odontologia, priorizada em função da realização de atendimento ambulatorial e práticas de saúde naquela unidade.
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