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Pais denunciam insistência em venda casada de material didático em escolas particulares de Salvador

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Pais denunciam insistência em venda casada de material didático em escolas particulares de Salvador

Mesmo após ações do MP-BA, instituição privada ainda é alvo de denúncia de pais e responsáveis

Pais denunciam insistência em venda casada de material didático em escolas particulares de Salvador

Foto: Agência Brasil

Por: Ana Clara Ferraz no dia 04 de agosto de 2025 às 13:02

Apesar do ano ainda não ter encerrado, muitas instituições de ensino já se preparam para 2026. Mesmo o ano sendo novo, tem problemas que são velhos e muitos, sem solução. Supostas práticas abusivas na comercialização de material didático, como a venda casada, seguem sendo alvo de denúncias de pais de alunos em redes de ensino privadas em Salvador. O tema já foi debatido outras vezes pelo Jornal Metropole e pelo portal Metro1, porém a situação se agrava com a proximidade de um novo semestre. 

Segundo relatos de responsáveis pelos estudantes, algumas escolas obrigam a compra de um kit didático que engloba a plataforma digital e os módulos. Os materiais seriam vendidos sem a possibilidade de serem comprados separadamente e sempre por mediação da escola. 

Ao Metro1, o pai de alunos do colégio Villa Global Education (antigo Villa Lobos), que preferiu não se identificar, relatou que a instituição segue com a mesma prática, já denunciada no ano passado. A escola chegou a ser alvo de uma Ação Popular protocolada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em janeiro. Agora, os pais e responsáveis por estudantes foram informados que devem fazer uma nova denúncia ao MP, já que se trata de outro ano letivo.

Procurada pela reportagem, o colégio preferiu não se posicionar sobre a denúncia de que segue com o mesmo modelo de venda. 

Ano letivo passado
De acordo com o MP-BA, os colégios Villa Lobos, Anchieta e São Paulo, bem como a Somos Sistema de Ensino, responsável pela plataforma digital, foram alvos de ações civis públicas em denúncias referentes aos anos letivos de 2023 e 2024. A Justiça atendeu, em parte, os pedidos do MP e reduziu os danos sofridos pelos consumidores. 

Na ocasião, os colégios São Paulo e Anchieta negaram as alegações e afirmaram que seguiam as normas dos órgãos reguladores. As instituições disseram ainda que, desde o momento da matrícula, os responsáveis têm acesso aos detalhes das regras, das metodologias e dos materiais necessários para o ano letivo. Elas confirmam que a adesão ao material faz parte do contrato assinado no momento da matrícula. 

Educação como negócio
O Jornal Metropole já abordou a situação, revelando as denúncias dos pais e responsáveis, que incluíam até práticas de expor em sala de aula ou excluir de atividades pontuadas os alunos sem o material. A reportagem relacionou a prática ao crescimento e destaque de grandes redes de ensino que controlam diversos espaços pedagógicos como empresas. A educação se torna um modelo de negócio altamente rentável para as redes, mas prejudicial para o consumidor e principalmente para o aluno em formação como cidadão.