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Juiz recusa pedido da Netflix, para descartar processo de Fiona Harvey contra 'Bebê Rena'
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Juiz recusa pedido da Netflix, para descartar processo de Fiona Harvey contra 'Bebê Rena'
Gary Klausner entende que dizer trata-se de uma história real “sugere uma indiferença imprudente” em relação aos fatos
Foto: Divulgação
A Netflix solicitou ao juiz Gary Klausner, da Califórnia, que desconsiderasse a ação apresentada contra a plataforma por Fiona Harvey, a mulher que alega ser a verdadeira "Martha Scott" da minissérie "Bebê Rena”. O magistrado, porém, não acatou o pedido da empresa de streaming.
"Bebê Rena", que fez grande sucesso, assistida por milhões de internautas e vencido seis prêmios Emmy, informa em seu primeiro episódio tratar-se de "uma história real". Em sete episódios, conta a história do comediante Donny Dunn, uma versão ficcionalizada de Richard Gadd, que conhece uma mulher no bar onde trabalhava enquanto tentava construir sua carreira no entretenimento.
O encontro resulta em anos de tormenta para Dunn, que recebe milhares de e-mails, mensagens de texto e de voz de Martha, que também persegue sua família e sua namorada. De acordo com a minissérie, Martha foi condenada por perseguir um advogado no passado e também assediou sexualmente o comediante.
Em sua defesa, a Netflix argumenta que os eventos retratados são "essencialmente verdadeiros" e que os espectadores sabem que não são completamente factuais, pois se trata de um drama. Segundo o streaming, Fiona Harvey já foi investigada por assédio, tocou Gadd de forma sexual sem consentimento e o empurrou.
O juiz, porém, entende que há desvios consideráveis entre a realidade e a ficção. “Há grandes diferenças entre tocar de forma provocativa e assédio sexual, assim como entre empurrar e tentar furar os olhos de alguém”, escreveu ele na decisão publicada na última sexta (27). “Há grandes diferenças entre assediar e ser condenado por assédio em um tribunal”, completou.
A decisão menciona um artigo no jornal britânico Sunday Times que cita fontes da indústria do entretenimento afirmando que Gadd estava preocupado com a Netflix apresentando uma minissérie como "uma história real" em vez de "baseada em uma história real".
O juiz considera que a informação “sugere uma indiferença imprudente” em relação aos fatos. "Ainda que as declarações foram feitas em uma série que tem extensamente os traços de uma comédia sarcástica, o primeiro episódio afirma inequivocamente que se trata de 'uma história real', convidando, assim, o público a aceitar as declarações como fatos".
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