Fifa endurece regras contra racismo no futebol e pode aplicar multas de até R$ 34 milhões

A Fifa anunciou, nesta quinta-feira (29), uma nova versão do seu Código Disciplinar com regras mais rígidas para combater o racismo no futebol. O texto, aprovado neste mês pelo Conselho da entidade, amplia as punições e os mecanismos de denúncia e intervenção durante as partidas.

Pelo novo Artigo 15, qualquer jogador, membro da comissão técnica ou participante do evento pode relatar um ato racista ao árbitro. Com a denúncia, o juiz deve aplicar o protocolo de três etapas já vigente desde 2023: paralisar o jogo, suspender temporariamente e, se houver reincidência, encerrar a partida.

As punições financeiras também foram ampliadas. Clubes e federações poderão ser multados em, no mínimo, 20 mil francos suíços (cerca de R$ 137 mil), podendo chegar a até 5 milhões de francos suíços (R$ 34 milhões). Este valor supera o teto de sanções para outras infrações, que é de 1 milhão de francos suíços (R$ 6,8 milhões).

Em caso de reincidência, o novo código prevê sanções mais duras, como:

• Elaboração de um plano de prevenção obrigatório;
• Realização de jogos com portões fechados;
• Perda de pontos;
• Expulsão de competições;
• Rebaixamento de divisão.

As federações nacionais têm até 31 de dezembro para adaptar seus regulamentos. Caso não cumpram, a Fifa poderá intervir diretamente e, se necessário, recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Durante o congresso da entidade em Assunção, no Paraguai, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, reforçou o compromisso no combate ao racismo:

“Racismo não é só um problema para atacar no futebol, racismo é simplesmente um crime. E por isso estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU para ter certeza de que a luta contra o racismo esteja inserida na legislação criminal de cada país do mundo”, declarou.