Israel bloqueia barco com Greta Thunberg e ativista brasileiro com destino a Gaza; Itamaraty se posiciona

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou neste domingo (8) a interceptação do navio Madeleine, que transporta ativistas e suprimentos humanitários para Gaza. Entre os tripulantes estão a ativista Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e o ator irlandês Liam Cunningham. Israel pretende escoltar o barco até o porto de Ashdod e deportar a tripulação, alegando que a ação visa impedir o Hamas de receber apoio.

A embarcação, operada pela Flotilha da Liberdade, partiu da Itália em 6 de junho e transporta alimentos e medicamentos. Em vídeo, Ávila afirmou que o bloqueio israelense é ilegal e citou decisões da Organização das Nações Unidas (ONU) que garantem o direito da ajuda humanitária chegar a Gaza. Ele criticou Israel, acusando-o de cometer crimes de guerra contra os palestinos.

Israel está em guerra com o Hamas desde outubro de 2023, após um ataque do grupo que resultou em mais de 1.200 mortos e 251 reféns israelenses. Desde então, mais de 54 mil palestinos morreram, a maioria mulheres e crianças, enquanto Gaza sofre com um bloqueio severo.

"O governo brasileiro acompanha com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen, que se dirigia à costa palestina para levar itens básicos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e cuja tripulação, composta por 12 ativistas, inclui o cidadão brasileiro Thiago Ávila", diz nota divulgada pelo Itamaraty. Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil pediu ao governo israelense para libertar os tripulantes detidos.

O Itamaraty também reforçou a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária no território da Palestina.