Internacional
"Queremos que o dinheiro entre nos EUA", diz Trump ao justificar tarifa de 50% contra o Brasil

Governo Lula aguarda resposta a carta enviada há dois meses e articula frente com empresários para reverter medida
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira (15) que os Estados Unidos ainda não responderam à tentativa de negociação feita pelo Brasil há dois meses, quando foi enviada uma carta confidencial ao presidente Donald Trump sobre a tarifa recíproca de 10% imposta a produtos brasileiros. Agora, diante do novo aumento — uma alíquota de 50% anunciada recentemente — o governo Lula vai tentar retomar o diálogo.
"Enviamos uma carta confidencial há dois meses sobre tratativas de acordo e de entendimento, mas não obtivemos resposta. O que nós vamos encaminhar é uma nova carta dizendo que aguardamos a resposta e continuamos empenhados em resolver este problema", declarou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A fala ocorreu após reunião com representantes da indústria brasileira, que pediram a ampliação do prazo para o início da tarifa, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Também foi acordado que os empresários tentarão negociar diretamente com empresas norte-americanas importadoras e exportadoras, para tentar reverter a medida.
Segundo o governo, a tarifa deve encarecer os produtos brasileiros para os próprios consumidores dos EUA. “Nós queremos resolver o problema o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, disse Alckmin.
A reunião marcou o início dos trabalhos do comitê interministerial criado para coordenar a resposta brasileira à taxação. O grupo será liderado por Alckmin e contará com a participação dos ministérios da Fazenda, Casa Civil, Itamaraty e Secretaria de Relações Institucionais. A proposta é alinhar o discurso entre governo e setor produtivo antes da adoção de medidas concretas.
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