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Otan alerta Brasil, China e Índia sobre sanções ligadas à Rússia

Internacional

Otan alerta Brasil, China e Índia sobre sanções ligadas à Rússia

Secretário-geral da aliança militar pede que países pressionem Putin a negociar cessar-fogo; China reage e promete intensificar apoio a Moscou

Otan alerta Brasil, China e Índia sobre sanções ligadas à Rússia

Foto: Daniel Torok/The White House

Por: Metro1 no dia 16 de julho de 2025 às 13:30

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou nesta terça-feira (15) que Brasil, China e Índia podem ser duramente atingidos por sanções econômicas se continuarem negociando com a Rússia. Em reunião com congressistas dos Estados Unidos, ele sugeriu que esses países pressionem o presidente Vladimir Putin a negociar um cessar-fogo para evitar tarifas de até 100%, ameaçadas por Donald Trump.

Na véspera, Rutte se reuniu com o presidente americano na Casa Branca. Ele conseguiu destravar o envio de armas dos EUA para a Ucrânia, financiado pela Otan, e declarou apoio à imposição de tarifas secundárias contra nações que importem produtos russos, caso Moscou não inicie negociações de paz no prazo de 50 dias.

“Meu recado a esses três países é: se você mora em Pequim ou Nova Délhi, ou se é o presidente do Brasil, talvez seja melhor prestar atenção, porque isso pode atingi-lo com muita força”, disse Rutte. “Portanto, por favor, ligue para Vladimir Putin e diga que ele precisa levar a sério as negociações de paz. Caso contrário, isso afetará Brasil, Índia e China de forma maciça”, completou.

Trump também ameaçou impor tarifas diretas à Rússia, embora os EUA comprem apenas 3% das exportações russas. Segundo o senador Thom Tillis, presente na reunião, a maior preocupação é que Putin use os 50 dias como trégua para ganhar tempo e avançar militarmente antes de negociar.

“Temos de olhar para a situação atual da Ucrânia e dizer que não importa o que aconteça nos próximos 50 dias, qualquer ganho da Rússia está fora de questão”, disse Tillis.

Reações internacionais

O Kremlin respondeu oficialmente e afirmou que “precisará de tempo” para avaliar as declarações de Trump. “As declarações são muito sérias. É claro que precisamos de tempo para analisar. Quando o presidente Putin considerar necessário, ele se pronunciará”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo.

Autoridades e blogueiros pró-Kremlin minimizaram a ameaça. O deputado Konstantin Kosachev chamou o ultimato de vazio, afirmando que Trump pode recuar. Já Yuri Podoliaka, um influente blogueiro militar, disse que o ex-presidente americano “pode mudar de ideia várias vezes nos próximos 50 dias” e lembrou que a Bolsa de Moscou subiu mais de 2,5% após o anúncio.

A China reagiu com críticas duras. Durante reunião da Organização de Cooperação de Xangai, em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, classificou a ameaça americana como “coerção” e prometeu intensificar o apoio a Moscou.

“A China se opõe firmemente a todas as sanções unilaterais ilegais e à jurisdição de longo alcance. Não há vencedores em uma guerra tarifária, e coerção e pressão não resolverão os problemas”, afirmou Jian.