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EUA vão queimar milhões de contraceptivos; ONG condena "desperdício"

Internacional

EUA vão queimar milhões de contraceptivos; ONG condena "desperdício"

Medicamentos foram adquiridos no âmbito do programa Usaids, recentemente encerrado

EUA vão queimar milhões de contraceptivos; ONG condena "desperdício"

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 25 de julho de 2025 às 15:14

Os Estados Unidos não doarão produtos contraceptivos aos países pobres e planejam destruir US$ 9,7 milhões de dólares em produtos contraceptivos femininos destinados a mulheres e jovens em todo o mundo. A denúncia do "ato irresponsável" é da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).  De acordo com a porta-voz da organização, não há desculpa para destruir os produtos que estavam prontos para ser enviados a regiões afetadas por conflitos, particularmente atingidas pela escassez dos insumos, causada pelo fim do financiamento estadunidense.

Após desmantelar a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o governo de Donald EUA planeja queimar milhões de produtos contraceptivos provenientes dos contratos da agência, que foi fechada oficialmente no início deste mês. "O governo dos EUA criou este problema. Destruir artigos médicos valiosos que já foram pagos pelos contribuintes norte-americanos não contribui em nada para combater o desperdício ou melhorar a eficiência. Esta administração está disposta a queimar contraceptivos e deixar os alimentos apodrecerem, colocando em risco a saúde e a vida das pessoas para promover uma agenda política", denuncia Avril Benoît, CEO da MSF-EUA, em comunicado.

"A realidade é que eles poderiam ser usados por profissionais de saúde em todo o mundo, especialmente em locais que dependiam dos programas contraceptivos da Usaid e agora enfrentam graves lacunas nos serviços devido à decisão do governo dos EUA de cortar drasticamente a ajuda externa e fechar a agência por completo", explica.

A Médicos Sem Fronteiras condena ainda que os Estados Unidos vão pagar mais de US$ 167 mil dólares para destruir os contraceptivos e que tenham recusado as propostas de organizações que se ofereceram para assumir os custos do envio e de distribuição dos insumos. Tanto as propostas da MSI Reproductive Choices como da a agência das Nações Unidas responsável pela saúde sexual e reprodutiva, a UNFPA, foram rejeitadas pela administração Trump.