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The Washington Post destaca julgamento de Bolsonaro e núcleo do golpe como marco histórico no Brasil
Internacional
The Washington Post destaca julgamento de Bolsonaro e núcleo do golpe como marco histórico no Brasil
Jornal americano ressalta que é a primeira vez que uma tentativa de ruptura da ordem institucional será julgada; processo ocorre em meio a tensões com os EUA

Foto: Marcos Corrêa/PR
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus do chamado “Núcleo Crucial” da tentativa de golpe de Estado, que começa nesta terça-feira (2), foi destaque no The Washington Post. Segundo o jornal, o processo marca uma inflexão na história política do Brasil por ser a primeira vez que uma tentativa de rompimento da ordem institucional chega ao Judiciário.
O veículo ouviu especialistas como os historiadores Carlos Fico e Lilia Schwarcz. Fico afirmou que, ao contrário de outras tentativas de golpe que terminaram em impunidade ou anistia, “desta vez será diferente”. Já Schwarcz classificou o julgamento como “simbólico”, por romper um pacto de silêncio histórico em torno das Forças Armadas, lembrando que crimes da ditadura militar nunca foram julgados em razão da Lei de Anistia de 1979.
O Post também destacou que o processo ocorre em meio a uma escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O presidente Donald Trump, que manifestou críticas ao julgamento, chegou a adotar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), além de impor tarifas adicionais a produtos brasileiros e revogar vistos de autoridades.
Apesar da pressão americana, a ação penal avançou. Bolsonaro e seu filho Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal por reuniões com membros da Casa Branca para incentivar medidas punitivas contra o Brasil. Em agosto, após descumprir restrições impostas pelo STF, o ex-presidente teve a prisão domiciliar decretada.
Em entrevista ao jornal em 18 de agosto, Alexandre de Moraes reafirmou a postura do Supremo diante das pressões externas. “Não há a menor possibilidade de recuar nem um milímetro. Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido”, afirmou.
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