Xi, Putin e Kim falam de longevidade e que 'pessoas vão viver até 150 anos' em conversa captada por microfone

Trechos de uma conversa informal entre o presidente da China, Xi Jinping, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foram captados durante a transmissão ao vivo do desfile militar realizado nesta quarta-feira (3), em Pequim.

Segundo informações de uma agência internacional de notícias, enquanto subiam o Portão da Paz Celestial para participar da cerimônia que marcou os 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, os três discutiram temas como longevidade e biotecnologia.

“As previsões são de que, neste século, também há uma chance de viver até os 150 anos”, afirmou Xi, de 72 anos. Putin respondeu dizendo que, com os avanços científicos, transplantes de órgãos podem prolongar a vida humana a ponto de se falar até em “imortalidade”. Kim, de 41, acompanhou a conversa.

O áudio durou menos de um minuto e captou apenas partes da interação. Mais tarde, Putin confirmou o teor da conversa e ironizou: “Nós realmente discutimos se as pessoas poderiam viver mais”.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump criticou o encontro e acusou os três líderes de conspirarem contra o país. “Muitos americanos morreram na busca da China pela vitória e glória. Espero que sejam justamente lembrados por sua coragem e sacrifício. Por favor, transmitam meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, escreveu em sua rede Truth Social.

O Kremlin reagiu e negou qualquer articulação contra Washington. “Espero que tenha sido ironia [de Trump]. Não há conspirações, ninguém está tramando nada”, afirmou Yuri Ushakov, assessor de Putin.

Contexto internacional

O desfile militar exibiu tropas, sobrevoos e armamentos modernos, como mísseis hipersônicos, drones e tanques. Em discurso, Xi defendeu o compromisso da China com a paz e pediu que “tragédias históricas” não se repitam.

A cerimônia ocorre em meio a tensões globais, à guerra da Rússia na Ucrânia e ao avanço da aproximação entre Moscou e Pequim. Em uma cúpula regional nesta semana, Xi voltou a criticar o “hegemonismo” e a política de poder, em referência indireta aos EUA.