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Israel suspende estado de emergência em áreas próximas à Faixa de Gaza após dois anos de guerra

Internacional

Israel suspende estado de emergência em áreas próximas à Faixa de Gaza após dois anos de guerra

Medida anunciada por Israel Katz ocorre em meio à pressão por devolução dos corpos de reféns e indefinição sobre reconstrução do território palestino

Israel suspende estado de emergência em áreas próximas à Faixa de Gaza após dois anos de guerra

Foto: UNRWA/Divulgação

Por: Metro1 no dia 27 de outubro de 2025 às 16:10

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou nesta segunda-feira (27) a suspensão do estado de emergência nas áreas próximas à Faixa de Gaza, medida que estava em vigor desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. A decisão encerra a situação de excepcionalidade mais de dois anos após o início do conflito.

“Decidi adotar a recomendação [do Exército israelense] e suspender, pela primeira vez desde 7 de outubro, o estado de emergência na frente interna”, informou o gabinete de Katz em comunicado. “[A decisão] reflete a nova realidade em termos de segurança no sul do país.”

O estado de emergência cobria uma área de até 80 quilômetros de Gaza e dava às autoridades poderes especiais para manter a ordem pública e restringir a circulação de pessoas, além de permitir o fechamento de escolas. Com o fim da medida, os moradores que haviam deixado a região estão autorizados a retornar.

A decisão reflete uma mudança na avaliação de segurança e devolve a gestão da rotina local às autoridades civis. A medida, porém, ocorre em meio à pressão de familiares de reféns israelenses mortos em Gaza, que pedem a suspensão das próximas etapas do acordo de cessar-fogo até que todos os corpos sejam devolvidos.

O Fórum de Famílias de Reféns, que representa parentes dos sequestrados, afirmou que o pacto previa o retorno de todos os reféns, vivos e mortos, há duas semanas, e instou “o governo israelense, a administração americana e os mediadores a não avançarem para a próxima fase” até que o Hamas “tenha cumprido todas as suas obrigações”.

O grupo palestino libertou todos os reféns vivos em 13 de outubro, mas os restos mortais de 13 vítimas permanecem em Gaza. O Hamas alega não saber a localização exata dos corpos devido à destruição provocada pelas operações israelenses. “Algumas pessoas que enterraram esses cadáveres foram assassinadas ou não se lembram do local onde os enterraram”, disse o chefe dos negociadores do grupo, Khalil al-Hayya, no sábado.

Para auxiliar nas buscas, uma equipe egípcia foi autorizada a cruzar a “linha amarela”, zona controlada por Israel, com escavadeiras e retroescavadeiras para participar das operações.

Força internacional em debate

A segunda fase do acordo entre Israel e Hamas prevê o desarmamento do grupo palestino, anistia ou exílio dos combatentes e a retirada gradual do Exército israelense da Faixa de Gaza. Também está prevista a criação de uma força internacional, composta por países árabes e muçulmanos, para garantir a segurança no território — ponto ainda indefinido.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel manterá o controle sobre sua segurança e decidirá quais países poderão enviar tropas. “Israel é um Estado independente. Nós nos defenderemos com nossos próprios meios e vamos continuar a determinar o nosso destino. Não buscamos a aprovação de ninguém para isso. Nós controlamos nossa segurança”, declarou.

Apesar da posição firme, o governo não se opôs diretamente à criação da força internacional, mas rejeitou a participação da Turquia, considerada inaceitável por Tel Aviv. “Deixamos claro, com relação às forças internacionais, que Israel determinará quais forças são inaceitáveis para nós”, disse Netanyahu após reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.