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Acervo Metropole: Relembre histórica entrevista do ex-senador ACM a Mário Kertész
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Acervo Metropole: Relembre histórica entrevista do ex-senador ACM a Mário Kertész
Jornal Metropole relembra marcante entrevista de Antonio Carlos Magalhães a Mário Kertész, quando ex-senador recordou histórica conversa com general Golbery

Foto: Arquivo pessoal
Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 24 de agosto de 2023
Há quase 20 anos, o ex-senador baiano Antonio Carlos Magalhães concedia entrevista a Mário Kertész na Rádio Metropole. Durante a conversa, ele recordou um diálogo ocorrido em 1966 com Golbery do Couto e Silva, quando o general disparou a célebre frase: “Salve-se a Bahia e foda-se o Brasil”. A declaração aconteceu em um momento marcante da história do país.
Como relembrou ACM na entrevista à Metropole, o presidente da República na época, Humberto Castelo Branco, tinha o desejo de impedir a sua sucessão pelo general Costa e Silva. Com o intuito de evitar essa transição, Castelo Branco queria que todos os ministros de seu governo apresentassem suas renúncias aos cargos. Inclusive o próprio Costa e Silva, que era ministro da Guerra. Isso não agradou a ACM, na época deputado federal.
“Fui contra porque seria a morte de Luís Viana. Eu disse a ele [Castelo Branco]: o ‘senhor está me chamando para um almoço e me dando um tiro no coração. O que o senhor quer fazer é o enterro de primeira classe de Luís Viana, mas para mim não me interessa a morte do Luís Viana. Ele tem que ser governador’”, rememorou Antonio Carlos.
Sem renúncia
Naquele período, Luís Viana era ministro da Casa Civil. Segundo ACM, o presidente da República, então, mandou que o deputado federal buscasse um acordo com Golbery do Couto e Silva, que era chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) . “Aí o Golbery bateu no meu ombro e disse: “tá bem, salve-se a Bahia e foda-se o Brasil”.
Nem Costa e Silva nem Luís Viana renunciaram ao cargo. Nesta história, o primeiro acabou como segundo presidente do regime militar, e Luís Viana se tornou governador da Bahia. “Ele [Luís Viana], então, me ofereceu a Secretaria de Segurança ou a prefeitura. Eu preferi a prefeitura [de Salvador]”, recordou ACM.
Ao assumir o governo, o baiano montou uma equipe jovem e quebrou a antiga tradição do estado de pôr apenas membros de “família quatrocentona”. “Quem não tivesse bom sobrenome não entrava [em governos]”, disse o ex-senador.
Confira a entrevista na íntegra:
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