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À procura de pescoços: motoristas de Salvador seguem correndo risco com bueiros desnivelados nas vias

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À procura de pescoços: motoristas de Salvador seguem correndo risco com bueiros desnivelados nas vias

Motoristas e passageiros de Salvador perdem a cabeça, a esperança e até as economias em verdadeiros buracos formados por tampas de bueiros afundadas

À procura de pescoços: motoristas de Salvador seguem correndo risco com bueiros desnivelados nas vias

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Labelle Fernanda no dia 26 de setembro de 2024 às 16:09

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 26 de setembro de 2024

Parece um buraco. Possui profundidade de um buraco, os prejuízos de um buraco e a inconveniência de um buraco, mas não é um buraco. É, na verdade, um pescoço - ou melhor a falta de pescoços, nome dado ao nivelamento entre o asfalto e os bueiros - e tem feito muito motorista ou passageiro perder a cabeça, a esperança e até os bolsos em Salvador.

O protagonismo desses buracos nas vias não é recente. E também não é de hoje que o Jornal Metropole denuncia a cidade sem pescoço que virou a capital baiana. A professora Norma Suely lembra bem do prejuízo de quase R$ 600 que levou depois que sua filha passou por um desses desnivelamentos na avenida Anita Garibaldi. Junto a ela e à filha se unem tantos outros motoristas que perderam peças dos veículos e passageiros, principalmente do transporte público, que sofrem com o impacto nos ônibus.

De acordo com a Superintendência de Obras Públicas (Sucop), nos últimos três anos foram levantados mais de 2,4 mil poços de visita na cidade. A pasta até garantiu que a técnica que evita o afundamento é utilizada em todas as obras de requalificação, mas não soube informar quantos desses estão, de fato, afundados. O Jornal Metropole, no entanto, foi às ruas, e contabilizou 15 bueiros em um trecho curto, de menos de 1 km na Avenida Tancredo Neves, entre as estações de metrô Pernambués e Rodoviária. Desses, ao menos seis estão com desníveis significativos, daqueles que podem causar prejuízo e até acidente. Todos os outros apresentam certo desgaste.

A promessa de acabar com esse problema também é antiga, já são, pelo menos, dez anos de espera e nada de ser cumprida. Em 2017, o Jornal Metropole relembrou o compromisso assumido em 2014, pelo ex- -secretário de Infraestrutura, Paulo Fontana, de encontrar uma solução definitiva para devolver os pescoços de Salvador. Entre uma promessa não cumprida e outra, um secretário e outro, os prejuízos continuam, sejam nas principais vias da cidade ou nas de bairros populares.