Jornal Metropole
Rui Costa, Marcus Presidio, Jeferson Muricy e Daniel Aarão Reis; confira entrevistas da semana na Metropole

Home
/
Notícias
/
Jornal da Metropole
/
A farsa acabou: depois de 5 anos falsa jurista é condenada por plágio e fraude documental
Cátia Raulino, que se apresentava como referência em Direito, foi condenada por plágio e uso de documentos falsos, afetando alunas e instituições
Foto: Divulgação
Nas redes sociais, ela se apresentava como referência em sua área e nos corredores de faculdade era vista desta forma por alunos: um nome para orientação e inspiração. Tudo isso começou a vir ao chão em 2020, quando a falsa jurista e professora universitária Cátia Regina Raulino foi denunciada por publicar trabalho de aluno como se fossem seus. O caso começou assim, desenrolou em uma série de descobertas e terminou, na última sexta-feira (15), com a condenada a 10 anos de prisão em regime fechado.
Da fama ao fiasco
O caso foi denunciado pela Metropole em 2020 e ganhou repercussão nacional. Na época, estudantes descobriram que suas monografias haviam sido publicadas em livros e revistas científicas como se fossem de autoria da “professora”. Cátia se apresentava como bacharel em Direito, mestre e doutora — títulos que nunca possuiu —, atuava em duas faculdades particulares de Salvador e ainda participava de bancas de graduação. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), bancas de mestrado precisaram ser refeitas após sua participação como examinadora.
Nas redes sociais, ela também se promovia como especialista em Direito. Em um perfil no Instagram, que chegou a reunir mais de 180 mil seguidores, Cátia Raulino fazia lives, dava dicas aos estudantes e ironicamente chegou a aconselhar que “nunca se deve mentir em entrevistas de emprego”. Depois da repercussão das acusações, o perfil foi desativado.
As investigações mostraram que, além do plágio, Cátia também tentou sustentar a farsa com documentos falsos entregues à polícia. À época, o delegado que apurou o caso revelou ter pedido a paciência com a tranquilidade da professora ao ser confrontada sobre a farsa da graduação em Direito. O Ministério Público chegou a denunciar ainda Cátia por fraude processual e apontou a ocorrência de concurso material de crimes.
O lado oculto da professora
Depois de quase cinco anos, ela foi condenada a 10 anos de prisão pela Justiça da Bahia, que reconheceu a prática dos crimes de violação de direito autoral e uso de documento público falso.
A determinação também obriga o pagamento de uma indenização de R$ 10 mil para cada uma das três ex-alunas que tiveram trabalhos plagiados pela acusada. Já os pedidos de reparação feitos por universidades não foram aceitos. A pena é em regime inicial fechado, mas Cátia poderá recorrer em liberdade.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.