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Praça do Campo Grande vive cenário de vandalismo, mato alto e estátuas depredadas

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Praça do Campo Grande vive cenário de vandalismo, mato alto e estátuas depredadas

Histórica praça vive sob a vigilância de pombos e frieza da negligência

Praça do Campo Grande vive cenário de vandalismo, mato alto e estátuas depredadas

Foto: Metropress/Marcelle Bittencourt

Por: Laisa Gama e Victor Quirino no dia 04 de setembro de 2025 às 06:55

Materia publicada originalmente no Jornal Metropole em 04 de setembro de 2025

Palco de carnavais, protestos e de parte das comemorações do 2 de Julho, o Largo do Campo Grande, hoje, parece mais um cenário de esquecimento do que de celebração. A praça, uma das mais simbólicas de Salvador, vive um cotidiano de abandono que escancara o descaso do poder público com o espaço. Bancos quebrados, lixo acumulado, estátuas depredadas, mato alto e um banheiro público que mais parece cenário de filme de terror. Nem o brilho da história escapa da poeira... ou do cheiro ruim.

Entre meio milhão e escuridão

Enquanto a prefeitura diz que já gastou meio milhão de reais só na metade de 2024 para recuperar a iluminação, após furtos e vandalismo, quem anda pelo Campo Grande vê outra coisa: escuridão, insegurança e falta de manutenção básica. “O que atrapalha mesmo é a sujeira, que muda de roupa no fim do ano, mas continua sendo sujeira”, dispara um frequentador.  As estátuas que celebram heróis da pátria agora parecem pedir socorro, cobertas por pichações, ferrugem e um toque generoso de limo.

Pé do Caboclo e a vigilância dos pombos

Terezinha Ferreira, que caminha na praça há 30 anos, critica o estado atual do local. “ Está deixando a desejar o cuidado com a principal praça da cidade. As estátuas estão fazendo até vergonha”, diz, inconformada. Segundo ela, a diferença para tempos melhores é gritante. Agora, só ficam os pombos, os cachorros e o mato na vigília do Pé do Caboclo.

Com segurança precária, estrutura em ruínas e pouca presença do poder público, o espaço parece resistir sozinho, com a ajuda dos velhos heróis de bronze e dos frequentadores que ainda insistem em sonhar com dias mais limpos e seguros. Até lá, segue o reinado da velha conhecida: a sujeira. Que, como bem resumiu um entrevistado, “termina a sujeira e fica só a sujeira.” E a Praça do Campo Grande, coitada, que lute sozinha.

A manutenção que não é limpeza

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) afirmou que o espaço recebe manutenção constante em infraestrutura, poda de árvores e recuperação de passeios, com intervenções recentes e no período pós-carnaval. Informou ainda que a limpeza, como retirada de lixo e detritos, não é de responsabilidade da Seman, mas destacou que as ações que cabem à secretaria são executadas com frequência sempre que há reclamações.