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Com memórias íntimas e bastidores da política, autobiografia de Mário Kertész chega às livrarias na próxima quarta-feira
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Com memórias íntimas e bastidores da política, autobiografia de Mário Kertész chega às livrarias na próxima quarta-feira
No dia 10 de setembro MK estará na LDM do Bela Vista para uma sessão de autógrafos, a partir das 17 horas

Foto: Acervo pessoal
Materia publicada originalmente no Jornal Metropole em 4 de setembro de 2025
Mário é um cara que precisa sentir tesão por tudo que faz. Em Riso-Choro (e tudo mais que vem no meio), não poderia ser diferente. Escrito sem recorrer a pompas e floreios literários, o texto que demorou quase 15 anos para ficar pronto chega dia 10 de setembro nas livrarias com a mesma irreverência que escutamos todas as manhãs na radinha.
Em ordem cronológica, ele narra desde a infância na comunidade judaica, quando Salvador ainda era tranquila, até a maturidade, já no comando da Rádio Metropole. Entre uma coisa e outra, como diz o título do livro que vem com um “lá ele!” embutido, não se furtou a falar das sacanagens vividas nos puteiros dessa cidade, da primeira paixão no Colégio 2 de Julho ou dos grandes amores da sua vida.
Mas é certo que as páginas mais aguardadas dão conta dos bastidores da política baiana e a peça chave dessa história – e da vida de Mário Kertész – é Antônio Carlos Magalhães, o original. Ele era prefeito de Salvador quando Mário foi trabalhar na Secretaria de Finanças ainda muito jovem e foi ACM o governador que o escolheu para ser prefeito biônico, durante a ditadura militar.
Com alianças e arranca-rabos, a relação de profunda intimidade estabelecida entre os dois é parte das contradições que Mário não nega. Pelo contrário, abraça. Depois de romper com ACM, com pronunciamento na TV e tudo o mais, o prestígio de Mário elegeu Eliana Kertész para vereadora na votação mais expressiva da Câmara até hoje. E, com mais de 60% dos votos, ele foi o primeiro prefeito eleito democraticamente, em 1985.
Generoso como a vida, a quem chama de Madame, Mário se tornou para tantos jornalistas o tipo de mentor (e ele vai odiar essa palavra) que teve ao longo da sua trajetória: aquele que acredita nos jovens talentos, que puxa para o estúdio de supetão e que ensina que errar faz parte e, às vezes, é até o molho da coisa.
Eu não poderia deixar de falar do fascínio de Mário pela morte. No livro, tem um capítulo inteiro dedicado a ela. Após ter sido transformado por tantas perdas, ele diz que quer ter consciência quando seu momento chegar. Que pode até sentir medo, se cagar todo. Mas quer estar presente, como diz aquela música de Gil. E é daí mesmo que ele tira a sede pela vida.
Anota aí
No dia 10 de setembro MK estará na LDM do Bela Vista para uma sessão de autógrafos, a partir das 17 horas. No dia 11, ele vai conversar com o filósofo Waldomiro J. Silva Filho e com o jornalista Wilson Gomes na Faculdade de Administração da UFBA, às 18 horas. Não precisa retirar ingresso. Os dois eventos são gratuitos.
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