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Pacote de contratações do Vitória em 2025 soma mais de R$ 20 mi em pior campanha de pontos corridos

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Pacote de contratações do Vitória em 2025 soma mais de R$ 20 mi em pior campanha de pontos corridos

Clube é o campeão nordestino em volume de contratações para a temporada de 2025

Pacote de contratações do Vitória em 2025 soma mais de R$ 20 mi em pior campanha de pontos corridos

Foto: ECV/Vitor Ferreira

Por: Izabela Prazeres no dia 25 de setembro de 2025 às 07:49

Atualizado: no dia 25 de setembro de 2025 às 13:19

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 25 de setembro de 2025

Se é título que o torcedor do Vitória gosta, independentemente do campeonato, o Rubro-Negro já tem motivo para uma nova estrela acima do escudo: o clube é o campeão nordestino em volume de contratações para 2025. Foram 29 jogadores contratados para a temporada, o maior número entre os clubes do Nordeste na Série A, quase uma compra a atacado com investimento total de R$ 20,4 milhões. 

A estrela pode até ser estampada no manto rubro-negro, mas junto a ela vem o reconhecimento de uma campanha frágil e investimentos que renderam pouco em campo. Após 24 rodadas, o Vitória vive sua pior campanha na era dos pontos corridos, somando eliminações precoces em competições importantes e apenas quatro triunfos no Brasileirão. O presidente Fábio Mota admitiu erros na montagem do elenco, mas dividiu a responsabilidade com a torcida: “muitas dessas contratações foram comemoradas pelo torcedor”, disse em uma coletiva.

Celebradas ou não, elas deixam prejuízos financeiros e esportivos já consolidados: o clube gastou ao menos R$ 6 milhões em jogadores que não trouxeram retorno e já saíram do time. 

Carrinho cheio, poucos resultados
A lista de reforços que não se firmaram é longa. Wellington Rato, contratação mais cara (R$ 5 milhões), acabou emprestado ao Goiás, com o Vitória pagando metade do salário. Junto dele, outros nomes como Bruno Xavier, Thiaguinho, Hugo, Gabriel e Léo Pereira não conseguiram se manter; alguns foram emprestados, outros deixaram o clube ou rescindiram contrato. Jogadores que passaram pouco tempo no grupo, como Val Soares, também ilustram o elenco cheio e o baixo aproveitamento das contratações.

Se o carrinho cheio foi na tentativa de sanar lacunas deixadas por um 2024 de perrengue, ele deixou ainda mais brechas. Por exemplo, na escalação da última partida, a derrota contra o Fluminense dentro de casa, dos 11 jogadores que começaram em campo, seis foram reaproveitados do ano passado, a maioria, inclusive, veio da temporada que garantiu a estrela de campeão da Série B em 2023.

Camutanga e Dudu, que também entraram em campo no sábado, fazem parte desse saldão: foram emprestados para o Remo e a Ponte Preta respectivamente. E, depois da goleada de 8 a 0 para o Flamengo, voltaram como “soluções rápidas e caseiras”. A instabilidade também atingiu o comando técnico. Thiago Carpini, Carille, Rodrigo Chagas e agora Jair Ventura se revezaram na tentativa de montar um time competitivo em um elenco recém-formado e pouco entrosado. 

No fim, a lição se repete: carrinho cheio não garante bom resultado. O Vitória segue pagando caro para descobrir que supermercado não é sinônimo de time.