Vitória bate recorde com seis gringos no elenco, mas segue sem entrosamento em campo

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 9 de outubro de 2025

Parece um sorteio da Copa do Mundo: paraguaios, portugueses, uruguaios, espanhóis, italianos e, claro, brasileiros. Essa é a mistura que o Vitória encontrou para tentar driblar o rebaixamento. Com a chegada de Kike Saverio (filho de equatorianos, nascido na Itália e criado na Espanha), o clube chegou a seis estrangeiros no elenco, igualando o recorde de 2014. Coincidência ou não, outra temporada em que o torcedor terminou fazendo contas para não cair.

No elenco rubro-negro, sotaques não faltam: o paraguaio Raúl Cáceres, os portugueses Rúben Rodrigues e Rúben Ismael, o uruguaio Renzo López, o espanhol Aitor Cantalapiedra e o já citado Saverio, que juntos fizeram apenas 4 gols, formam uma espécie de “ONU do Barradão”. Falta apenas combinar em qual idioma o time vai conversar dentro de campo, porque, até agora, o entrosamento parece precisar de legenda.

A aposta do Rubro-Negro acompanha a febre do Brasileirão 2025, que bateu recorde com 154 estrangeiros registrados, o maior número desde 2003, com o Fluminense e Grêmio lideram com doze atletas de fora cada. 

Passaporte tricolor

Do outro lado, o Bahia também entrou na brincadeira, mas com um pouco mais de cautela. O tricolor apostou no eixo sul-americano, com os uruguaios Acevedo, Miguel Araújo e Lucho Rodríguez, o colombiano Santiago Arias e o argentino Ramos Mingo.

Limite para gringo

O tema não fica só em número, divide torcidas. No ano passado, uma mudança no regulamento do Campeonato Brasileiro aumentou o limite de estrangeiros em campo. Saiu de 7 para 9 jogadores por equipe. À época, a medida foi aprovada por unanimidade, mas há quem defenda algo mais rigoroso. Nomes como, Zico, Dunga, Dorival Júnior, Romário e até Galvão Bueno pedem a redução. A principal justificativa é que um número muito elevado de gringos pode acabar atrapalhando o surgimento de novos talentos nacionais. Discussões à parte, no final das contas, por mais global que o futebol se torne, o torcedor continua falando a mesma língua, a do triunfo.