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Passarelas se transformam em atalhos para motociclistas apressados
Com aumento de 200% nas infrações, pedestres são colocados em risco em Salvador

Foto: Metropress/ Dimitri Argolo Cerqueira
As passarelas de Salvador, projetadas para proteger quem anda a pé, vêm sendo usadas cada vez mais como atalhos por motociclistas apressados. Só entre janeiro e outubro deste ano, 57 notificações foram registradas. O que representa um aumento de 200% em relação ao mesmo período 2024.
As passarelas da Avenida Luiz Viana Filho, a Paralela, concentram o maior número de infrações. Mas há outras espalhadas pela cidade que também registram infrações frequentes, como as da Bonocô, em um cenário no qual pressa e descuido viraram rotina sobre estruturas destinadas ao fluxo seguro de pedestres.
Na operação mais recente, realizada em 28 de outubro deste ano na passarela que liga o Bairro da Paz a Mussurunga, um dos pontos mais movimentados da Paralela, 32 motociclistas foram abordados. Destes, 22 foram multados e nove tiveram as motos recolhidas. Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, transitar com moto em passarelas é infração gravíssima, com multa de R$ 880,41, perda de sete pontos na carteira de habilitação e remoção do veículo.
Mas o risco não some com as infrações. Nessa travessia ilegal, crianças a caminho da escola, idosos e pessoas que se deslocam para o trabalho ou para tarefas simples do cotidiano podem ser atropelados em segundos por condutores que ignoram as regras. As câmeras do Núcleo de Operação Assistida (NOA) auxiliam na identificação de infratores, mas o problema persiste devido à pressa e à imprudência de quem está sob rodas.
O gerente de Trânsito da Transalvador, Marcos Reis, explica: “É um fenômeno nacional. Alguns motociclistas, principalmente de entregas, querem encurtar o trajeto e acabam escolhendo o caminho mais perigoso: o que é proibido. O pedestre é a parte mais vulnerável”.
Embora existam outros lugares onde as motos simplesmente não deveriam circular, as passarelas ocupam o topo da lista. Especialmente, porque quem transita por elas não espera encontrar uma motocicleta em sua direção, como se estivesse em uma rua qualquer.
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