
Justiça
Moraes manda PF ouvir advogados ligados a Bolsonaro por suspeita de obstrução
Ministro do STF mandou PF ouvir Fábio Wajngarten e Paulo Bueno após relatos de pressão sobre familiares de Mauro Cid

Foto: Gustavo Moreno/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno sejam ouvidos pela Polícia Federal em até cinco dias.
A decisão foi tomada após a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema, entregar uma série de documentos à PF, apontando que ambos teriam tentado interferir na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que envolve Bolsonaro.
Segundo os documentos, Wajngarten fez uma “intensa tentativa” de contato com a família de Cid, incluindo sua filha menor de idade e sua esposa. Já Paulo Bueno teria abordado a mãe do tenente-coronel em eventos na Hípica de São Paulo, com o objetivo de “demover a defesa então constituída”.
Bueno estaria acompanhado de Eduardo Kuntz, advogado do coronel Marcelo Câmara — ex-assessor de Bolsonaro que já foi preso por tentar obstruir as investigações. Kuntz, segundo Cid, teria insistido em conversar com sua filha por WhatsApp, pedindo que a jovem apagasse mensagens e ajudasse a organizar um encontro com o pai em local considerado “seguro e confortável”.
Em sua decisão, Moraes afirmou que “as condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”. A PF também foi autorizada a extrair e categorizar os dados armazenados no celular da filha de Cid.
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