
Justiça
Moraes determina reabertura de inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF
Pedido foi feito pela PGR, que reviu posição e apontou necessidade de novas diligências sobre declarações de Sérgio Moro

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a reabertura do Inquérito 4831, que investiga declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre uma suposta tentativa de interferência política do então presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso apura se os fatos relatados por Moro configuram crimes como falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça e corrupção passiva privilegiada. As investigações se concentram na troca de comando da PF e em pedidos de mudanças nas superintendências do Rio de Janeiro e de Pernambuco.
A PGR havia solicitado o arquivamento do inquérito em 2022, mas reviu sua posição em manifestação de 15 de outubro de 2025. O órgão afirmou que “a análise dos autos indica a necessidade de diligências complementares, para uma apuração adicional e mais abrangente dos fatos investigados”.
De acordo com a Procuradoria, as declarações de Moro, feitas em abril de 2020, sugerem que a atuação de Bolsonaro pode ter tido como objetivo obter informações privilegiadas sobre investigações sigilosas e influenciar apurações que envolviam ele próprio, familiares e aliados. Com base nos depoimentos e em mensagens trocadas entre Moro e o ex-presidente, a PGR considera “imprescindível verificar se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações, com o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”.
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