
Justiça
Relatório de Cláudio Castro ao STF diverge dos dados oficiais sobre megaoperação no Rio
Documento entregue a Moraes aponta 121 mortos e 99 presos, números diferentes dos divulgados por secretarias estaduais

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
As informações repassadas pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a megaoperação policial no Complexo do Alemão e da Penha, divergem dos números oficiais divulgados na semana passada por secretarias estaduais.
Em coletiva realizada na quarta-feira (28), representantes das pastas de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia Militar informaram que 119 pessoas morreram e 113 foram presas. Também relataram a apreensão de 118 armas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além de 14 artefatos explosivos e drogas em “fase de pesagem”.
No relatório encaminhado ao STF, porém, o governo fluminense fala em 121 mortos e 99 pessoas presas ou detidas. O documento também apresenta números diferentes sobre o material apreendido: 122 armas (96 fuzis, 25 pistolas e 1 revólver), 260 carregadores, cerca de 5.600 munições, 12 explosivos, 15 veículos, 22 quilos de cocaína e aproximadamente 2 toneladas de maconha.
A operação, considerada a mais letal da história do Rio, é alvo de questionamentos de entidades de direitos humanos, que denunciam possíveis execuções e abusos policiais. O governo do estado, por sua vez, nega as acusações e sustenta que a ação teve como objetivo o combate a organizações criminosas.
O ministro Alexandre de Moraes realizou nesta quarta-feira (5) uma audiência com representantes dessas entidades e irá analisar os relatórios apresentados. Ele assumiu temporariamente a relatoria da “ADPF das Favelas”, ação que estabeleceu protocolos para reduzir a letalidade policial em comunidades do Rio, após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
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