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Operação Faroeste: em grampo, presidente do TJ relata 'rachadinha' em gabinete de colega

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Operação Faroeste: em grampo, presidente do TJ relata 'rachadinha' em gabinete de colega

Gesilvado Britto diz ainda que a colega de Pleno não tem "interesse" em atuar em questões do Oeste

Operação Faroeste: em grampo, presidente do TJ relata 'rachadinha' em gabinete de colega

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão no dia 10 de dezembro de 2019 às 19:57

Presidente afastado do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o desembargador Gesivaldo Britto relatou por meio de uma conversa telefônica que sabe de um esquema de "rachadinha" de salário na Corte. 

A conversa, interceptada no bojo das investigações entre Gesivaldo e um homem identificado como "José Alfredo", cita a também desembargadora Sandra Inês Rusciolelli Azevedo, investigada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela prática que implica na devolução de parte do salário dos empregados do gabinete para a magistrada. 

A conversa consta na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra magistrados baianos.  Eles foram acusados de organização criminosa e lavagem de dinheiro em um esquema no qual houve venda de sentenças para legitimar a posse de terras obtidas por grileiros.

De acordo com a conversa, uma irmã de Sandra Inês, Sandra Mara, está "desesperada" com a situação da magistrada. 

"Só que também a minha Inteligência [setor de inteligência da Corte] já chegou à conclusão que todos os servidores do gabinete dela, ela racha o salário", relata o presidente da Corte baiana. 

Gesilvado Britto diz ainda que a colega de Pleno não tem "interesse" em atuar em questões do Oeste, onde supostamente funcionou o esquema apurado pela Faroeste, por ficar "só fazendo essa palhaçada [de rachadinha]". 

Em outubro desse ano, o Bahia Notícias relatou a denúncia contra Sandra Inês. Foram duas investigações contra a desembargadora: uma movida pela Secretaria de Segurança Pública, através da Polícia Civil, e outra pela Polícia Federal. O inquérito conduzido pela SSP foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tramita em sigilo por envolver um membro do Poder Judiciário. O inquérito da Polícia Federal foi remetido para a Procuradoria Geral da República e para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para ser apenso a um Pedido de Providências, segundo a publicação.

Em respostas anteriores enviadas ao BN, o TJ-BA afirmou que uma reclamação disciplinar foi arquivada no início deste mês de outubro.