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#MetaAColher:"Quero ser exemplo", diz mulher que fingiu morte para escapar de feminicidio
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#MetaAColher:"Quero ser exemplo", diz mulher que fingiu morte para escapar de feminicidio
Caso será julgado em júri popular no dia 8 de agosto, após três anos e meio da tentativa de homicídio
Foto: Reprodução
"Eu terminei o relacionamento, então ele programou minha morte", relata a fisioterapeuta Isabela Conde vítima de tentativa de feminicídio. Em entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (7) Isabela compartilhou a sua história.
A tentativa de assassinato aconteceu em fevereiro de 2019. "Nós estávamos juntos há 2 anos. Eu descobri algumas mentiras e reconheci situações abusivas, então resolvi dar um fim a relação, foi quando ele programou a minha morte. Ele contratou dois indivíduos, pediu o meu carro emprestado - eu confiava nele, e era da rotina eu emprestar o carro para ele - no caminho, um dos dois homens que estávamos 'dando carona' me deu um mata leão e o outro começou a me esfaquear. Foram uns 40 minutos de agressão, eu tomei 68 facadas. Sobrevivi porque me fingi de morta", diz.
A fisioterapeuta alertou para a dificuldade de enxergar os sinais de que se está vivendo um relacionamento abusivo. "Foi assim comigo, me vi em uma situação onde não tinha mais amigos, ele me cerceava o tempo todo, ele tinha o domínio dos meus patrimônios. Eu não tinha noção da violência psicológica e patrimonial. Achava que aquilo tudo era cuidado, eu romantizava a forma dele me tratar. Normalmente entendemos a violência 'apenas' como um tapa. Mas antes disso há outros tipos de violência que nós mulheres temos dificuldade de aceitar e entender que ela pode levar ao feminicídio", observa.
Com sequelas físicas e psicológicas, Isabela diz que procura ser forte por sua filha e por todas as mulheres. "Quando tudo aconteceu a própria delegacia especializada me revitimizou, disse que eu fui permissível. Ouvi frases que me magoaram muito e isso me fez fortalecer na minha luta. Hoje eu tenho um projeto que se chama Amparo à Mulher porque senti essa situação na pele", conta.
Atualmente o ex-namorado de Isabela está preso, assim como um dos outros dois agressores. O caso será julgado em júri popular no dia 8 de agosto, após três anos e meio da tentativa de homicídio. "Quero que meu caso seja um exemplo para a sociedade, porque eu venho acompanhando outros semelhantes e, infelizmente, não temos exemplos bons de conclusão", afirma.
Campanha - O Grupo Metropole está engajado em denunciar e cobrar respostas sobre casos de feminicídio e violência contra a mulher. Além disso, vamos receber denúncias pelo número (71) 3505-5000, tanto por ligação como por Whatsapp. Por fim, nas redes sociais (@grupo.metropole no Instagram e @metropole no Twitter), criamos o movimento #MetaAColher. É preciso dar um basta nos casos de violência contra a mulher e estamos engajados nesta causa.
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