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Política externa brasileira está em seu 'pior momento' da história, avalia Ricupero
Internacional
Política externa brasileira está em seu 'pior momento' da história, avalia Ricupero
Para o diplomata, Brasil está isolado e já começou a sentir os efeitos dos problemas de articulação com outros países
Foto: Metropress
O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero comentou, em entrevista a Mário Kertész hoje (21) durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, a posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos e os efeitos para a diplomacia brasileira. De acordo com ele, o fim da era Trump representou uma clara mensagem ao restante do mundo. "Eu acho que ela ocorreu da melhor maneira possível. Apesar do medo que havia, não houve nenhum incidente. Claro que a segurança era muito forte e não havia o público das outras ocasiões, até mesmo por conta da pandemia. Do ponto de vista simbólico, foi a mensagem que precisava ser enviada", declarou.
"Nós todos vamos torcer para Biden consiga, com sua mensagem, converter uma parcela significativa da população americana. Isso que vai se começar a ver", acrescentou.
Ainda de acordo com Ricupero, a diplomacia brasileira vive seu pior momento da história. "Infelizmente, nossa política externa está, talvez, no seu pior momento. Desde que começou nesse governo, nunca teve um momento bom. Creio que esse é o momento mais baixo. Está se começando a ver as consequências disso na prática. Você vê que a gente bate na porta da China, ninguém atende. Batemos na porta da Índia e ninguém atende. Estamos brigados na França, do Macron, com Alemanha, da Merkel, e agora brigando com os EUA, do Biden", disse o diplomata.
Na avaliação do ex-ministro, mesmo com o aceno de Bolsonaro a Biden por meio de uma carta enviada ao presidente americano, não é sinal de que as coisas vão mudar. "Ainda bem que o presidente mandou a carta ontem. Até ontem ele continuava a dizer que a eleição lá havia sido fraudada. Somos um país que hoje, não só está isolado, não só em abstrato. Você vê na prática: precisa de vacinas, insumos e ninguém te dá. As desculpas são sempre diplomáticas, dirão que não é razão política e são problemas técnicos. Mas quando eles querem, eles permitem", disse.
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