"Temos um negacionista, um mentiroso, que ensinou os filhos a roubar", diz Dória sobre Bolsonaro

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "negacionista", "mentiroso" e ainda afirmou que o mandatário "ensinou os filhos a roubar".

As declarações foram dadas nesta sexta-feira (21) durante entrevista a Mário Kertész, na Radio Metropole. "O Brasil esperava um um líder, liderando a vida, a economia, neste momento de pandemia. Mas não. Nós não temos um negacionista, um mentiroso, que ensinou os filhos a roubar. Ensinou os filhos a fazer rachadinha. Isso é muito triste", disse o tucano. 

O governador também comentou as declarações de Eduardo Pazuello, dadas na CPI da Covid. Dória disse que o ex-ministro da Saúde é um "homem afável", mas se tornou um vassalo de Bolsonaro.

"É curioso que um general vire vassalo de um capitão. Eu até comentei que o ministro deveria tomar fosfozol (remédio para a memória) por esquecer tanta coisa na CPI. Eles não lutaram pela vacina. Lutaram pela cloroquina", disse.

Dória fez ainda críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem classificou como um bom quadro, mas que "perdeu a consciência e levou o vírus do negacionismo de Bolsonaro". E se emocionou ao falar do ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morto no começo desta semana, vítima de um câncer, aos 41 anos. 

"Conheci Bruno aos 5 anos de idade, aqui mesmo no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo de São Paulo), ao lado do avô, Mário Covas. Acompanhei aquele menino crescer. Foi uma grande perda. Foi um ser humano adorável, um bom pai, bom companheiro e um excelente gestor. Ele deixa um grande legado".

Questionado por Kertész sobre a possibilidade de ser candidato à presidência em 2022, Dória disse que a prioridade, no momento, é a "corrida pela vida", mas, ainda assim, comentou o cenário político, criticando os demais possíveis candidatos.

"Só tem Lula e Bolsonaro? E agora Ciro Gomes, paz e amor, criado por um marqueteiro, o mesmo que fez as campanhas de Lula e Dilma? Só tem essas opções? Queremos mostrar que não", disse.