Política
Otto pede provas que apontem genocídio e teme que relatório da CPI seja derrubado por inconsistência
Senador baiano defende responsabilização de Jair Bolsonaro pelos crimes de prevaricação e de responsabilidade
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Otto Alencar (PSD-BA), integrante da CPI da Covid, afirmou nesta segunda-feira (18) que o relatório final de Renan Calheiros (MDB-AL) precisará reunir elementos comprobatórios se de fato vier a enquadrar Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio. A leitura do documento, prevista para ocorrer nesta terça (19), foi adiada para quarta (20) diante de divergências quanto às responsabilidades a serem atribuídas ao presidente e seu entorno.
Ao Metro1, Otto disse não ter acessado à minuta de mais de 1.200 páginas do relatório, que teve grande parte do seu conteúdo vazada para a imprensa no fim de semana.
"O genocídio, ao pé da letra, significa o extermínio de toda uma população por motivos raciais, étnicos ou religiosos. Na minha opinião, o relatório de Renan vai ter que confirmar que houve esse extermínio. Não vejo [crime de genocídio], pelos detalhes que ele tornou público e sem discutir conosco. Pelo que sei, nenhuma população tenha sido exterminada deliberadamente pelo presidente", declarou Otto.
Segundo apurou o jornal O Globo, entre as principais discordâncias externadas pelos membros da CPI estão a inclusão do crime de genocídio nas sugestões de indiciamento de Jair Bolsonaro pela política em relação aos povos indígenas, além do pedido para indiciar os filhos do presidente, Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro.
De acordo com o senador baiano, por ter defendido a imunidade de rebanho como política pública dentre outras omissões, Bolsonaro terá que responder pelos crimes de prevaricação e de responsabilidade.
"Eu trabalhei muito para mostrar os crimes cometidos pelo presidente e pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Se o relatório final não estiver condizente com o que foi sendo conduzido pela CPI, com pouca sustentação, ele pode ser derrubado. Essa é a minha preocupação", afirmou o senador.
A votação do relatório final também foi postergada: antes marcada para quarta-feira, agora ocorrerá no dia 26.
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