
Política
Investigada na Lava-Jato, DAG Construtora está impedida de disputar licitação no governo da Bahia
Empresa de Demerval Gusmão recebeu uma sanção administrativa de inidoneidade, além de multa aplicada pela secretaria de administração

Foto: Reprodução
A empresa DAG Construtora recebeu uma sanção administrativa de inidoneidade que a impede de licitar e contratar com administração estadual pelos próximos cinco anos. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 7 de março e assinada pelo secretário da Administração, Edelvino Góes Filho.
No texto, ainda há a confirmação de uma multa aplicada à empresa, de propriedade do empresário Dermeval Gusmão. Além da DAG, todos os CNPJ's existentes ligados à empresa também estão impedidos de disputar licitação com o governo. O motivo da sanção não foi explicitado no texto publicado pelo DOE. Procurada, a DAG não respondeu às ligações do Metro1.
Demerval Gusmão já havia se envolvido em outra polêmica, ligada à família do publicitário baiano Duda Mendonça, morto em agosto de 2021, aos 77 anos.
A família de Duda contesta uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) dando ganho de causa para que a construtora DAG tenha direito a parte do espólio do publicitário. O valor pedido pela construtora é de R$ 30 milhões. O processo ainda cabe recurso.
A família do publicitário aponta uma série de inconsistências na condução do caso. A começar pela escolha do magistrado George James Costa Vieira para ser o juiz do processo. Por sorteio, ele não deveria ser o responsável, mas acabou sendo escolhido, ao avocar o caso por conta própria. O processo corre na 4ª Vara Cível de Salvador.
A família também questiona que a sentença foi dada sem ouvir a defesa, impedindo que os advogados comprovassem os fatos. Entre as provas apresentadas, estão as delações feitas no âmbito da Operação Lava Jato, quando, por delação premiada, foi citada a íntima relação da Odebrecht com a DAG. Emílio Odebrecht, ex-presidente da construtora e atual diretor do conselho de administração, chegou a citar que a DAG participava de simulações na construção de obras para ajudar a dar lisura dos editais públicos.
A família de Duda Mendonça diz que a Odebrecht devia dinheiro ao publicitário, por financiar a campanha do PT, ao qual ele prestou serviço de marketing político em campanhas eleitorais. Um dos acertos para quitar a dívida seria que a Odebrecht pagasse um imóvel para Duda Mendonça no litoral sul da Bahia.
Pela relação próxima, a Odebrecht pediu que a DAG realizasse a compra. Em 2018, no entanto, Gusmão passou a cobrar ao publicitário o valor do imóvel, ajuizando a ação no Tribunal de Justiça da Bahia. Outra queixa da família é que o juiz George James Costa Vieira aceitou que Gusmão não pagasse as custas do processo, alegando não ter condições financeiras para tanto.
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