Política
Movimento pretendido por Bolsonaro com embaixadores "deu errado", analisa Traumann
Jornalista e consultor político deu entrevista nesta quarta-feira (20) a Mário Kertész, na Rádio Metropole
Foto: Divulgação
O jornalista e consultor político Thomas Traumann disse, em entrevista nesta quarta-feira (20) à Rádio Metropole, que o movimento pretendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), no encontro com embaixadores estrangeiros, "foi amplamente negativo".
"O que o presidente Bolsonaro queria com essa reunião? Ele queria que os embaixadores já ficassem avisados, e avisassem aos seus chefes de estado, que poderá haver uma contestação judicial do resultado eleitoral no Brasil. Só que deu tudo errado. O retorno que o presidente esperava não aconteceu. O embaixador da Suíça soltou uma notinha no Twitter dizendo que acreditava no sistema eleitoral brasileiro. O embaixador americano soltou uma nota muito dura dizendo que acredita no sistema brasileiro. Ou seja, o resultado foi amplamente negativo", analisou, em conversa com Mário Kertész.
Questionado por Kertész sobre as constantes declarações do presidente sobre ser o "chefe supremo das Forças Armadas", Traumann disse que "existe um enorme risco neste tipo de declaração" e que o país "vive um risco".
Traumann também considerou que há uma leniência da Procuradoria Geral da República (PGR) e dos deputados federais em limitar a atuação autoritária do presidente.
"Há muitos meses o presidente tem passado do limite e nada é feito. Isso é uma leniência, tanto da Procuradoria Geral da República, que parou de existir, quanto na vontade dos deputados federais. Como nada é feito, o presidente vai avançando. Ele tá chamando uma manifestação gigante em 7 de setembro e ninguém sabe o que vai acontecer. Ele tá pressionando de tal forma que agora estamos vivendo esse risco", diz.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.