
Política
Mensagens apontam que Bolsonaro participou de encontro sigiloso com Horbach, ministro do TSE, antes de julgamento
A informação foi revelada por conta da quebra de sigilo dos assessores do ex-presidente

Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr./Agência Brasil - Roberto Jayme/TSE
Um encontro sigiloso no Palácio da Alvorada entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Horbach, foi descoberto por conta da quebra de sigilo dos assessores do ex-mandatário. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (16).
De acordo com uma troca de mensagens entre Célio Faria, então chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro, e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, a suposta reunião ocorreu durante a manhã do dia 16 de outubro de 2021. No entanto, este encontro não foi incluído na agenda oficial de Bolsonaro.
Duas semanas depois, Horbach saiu em defesa do ex-mandatário durante um julgamento que definia se ele e seu vice, o senador Hamilton Mourão (Republicanos), deviam ser cassados por participação em um esquema de disseminação de fake news em 2018, durante a campanha eleitoral. Na época, o TSE decidiu rejeitar a cassação da chapa.
O que dizem as mensagens
"O chefe precisa falar com uma pessoa neste final de semana. Preciso saber o horário e a pessoa pediu para um carro ir buscá-lo”, escreveu Faria. "Precisamos operacionalizar e buscar o ministro do TSE onde ele estiver e trazer sem aparecer", enfatizou.
Em outro momento da conversa, o ex-chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro citou o ministro Carlos Horbach e afirmou que o encontro estava previsto para acontecer no Palácio da Alvorada. No dia seguinte, por volta das 9h, Cid enviou a confirmação de que a reunião corria bem: "Min TSE com o Pr", ou seja, “ministro do TSE com o presidente".
Até o momento, nenhum dos envolvidos se pronunciou publicamente a respeito do ocorrido. No caso de Cid, que é investigado por suposta omissão durante os atos antidemocráticos e participação de um esquema de adulteração em carteiras de vacinação, a defesa do ex-ajudante de ordens declarou que só vai se manifestar após ter acesso aos autos do processo.
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