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Lava Jato: propinas continuaram mesmo com prisão de presidente da Odebrecht

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Lava Jato: propinas continuaram mesmo com prisão de presidente da Odebrecht

A força-tarefa responsável pelas investigações da Operação Lava Jato apreendeu e-mails relacionados ao esquema de pagamentos de propinas identificado na Odebrecht datados de novembro de 2015, quando o presidente-executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, já estava preso preventivamente em Curitiba.

Lava Jato: propinas continuaram mesmo com prisão de presidente da Odebrecht

Foto: Cristiana Índio do Brasil/Agência Brasil

Por: Matheus Simoni no dia 22 de março de 2016 às 16:00

A força-tarefa responsável pelas investigações da Operação Lava Jato apreendeu e-mails relacionados ao esquema de pagamentos de propinas identificado na Odebrecht datados de novembro de 2015, quando o presidente-executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, já estava preso preventivamente em Curitiba.

Segundo os investigadores da Polícia Federal (PF) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), a empresa mantinha uma "contabilidade paralela complexa", a mando do próprio Marcelo Odebrecht, para o pagamento de propinas dentro do Brasil, num departamento chamado de "Setor de Operações Estruturadas". O repasse do dinheiro era feito com frequência em hotéis e flats alugados unicamente para este fim, de acordo com a investigação.

De acordo com a procuradora da República Luana Gonçalves, foram interceptados e-mails comprovando a continuidade do esquema, mesmo com o presidente da Odebrecht preso. A força-tarefa afirmou estar surpresa com tal ação. "Para a gente chega a ser de certa foram assustador", disse a procuradora. "Ainda se teve a ousadia de continuar a operar o pagamento de propina com o conhecimento do Poder Público", disse.

Chamada de Operação Xepa, a 26ª fase da Lava Jato foi deflagrada nesta terça-feira (22) e envolveu cerca de 380 policiais federais, no cumprimento de 110 ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio de janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. Foram cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e 4 mandados de prisão preventiva.