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Com Muniz no comando, CMS se movimenta para tentar barrar construção de espigões em Salvador

Política

Com Muniz no comando, CMS se movimenta para tentar barrar construção de espigões em Salvador

Projetos enviados por vereadores visam a criação de locais de utilidade pública onde seriam construídos os espigões

Com Muniz no comando, CMS se movimenta para tentar barrar construção de espigões em Salvador

Foto: Divulgação/CMS

Por: Metro1 no dia 11 de janeiro de 2024 às 13:45

Atualizado: no dia 12 de janeiro de 2024 às 17:40

Sob inúmeras críticas de moradores locais, da população soteropolitana e de ativistas ambientais, a construção de três torres de 18 andares na praia do Buracão, no Rio Vermelho, movimentou o cenário político na Câmara Municipal. Isso porque o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), vem assumindo protagonismo em um projeto que pode acabar barrando a construção dos edifícios.

O PL 318/2023, de autoria de Muniz, pretende tornar o espaço onde será construído o empreendimento uma área de utilidade pública, "para fins de desapropriação dos imóveis localizados no bairro do Rio Vermelho, na Rua Barro Vermelho". A proposta é que dois imóveis da região - de números 274 e 292 - deem espaço a um estacionamento público para melhorar o acesso à praia. Enquanto isso, o imóvel de número 218 seria desapropriado para a construção de uma praça de frente para o mar.

No projeto, o presidente ressalta que "se tratando de praia popular e muito visitada pelos baianos e turistas, faz-se necessário a implantação de um estacionamento público e uma praça pública, tendo em vista a falta desses serviços por todos aqueles que por ali passam". Com isso, o projeto evitaria a construção das torres que viraram alvo de moradores e ambientalistas, que alegam riscos à balneabilidade da praia e, consequentemente, à economia do local.
A previsão é que o projeto seja debatido na Casa assim que os vereadores retornarem do recesso de final de ano, no dia 19 de fevereiro. O texto deve ser encaminhado pelo vereador ao Conselho Nacional de Justiça (CCJ) logo neste retorno, após o período carnavalesco.

Essa não é a única ação da CMS que pode coibir a construção de grandes torres em prol de benefícios para a coletividade. O projeto de lei nº 319/2023, de autoria do vereador Hélio Ferreira (PCdoB), também teria um resultado semelhante. Ele propõe a desapropriação e transformação em área de utilidade pública do imóvel da família Cunha Guedes, no bairro da Graça. O espaço é utilizado há anos pela Feira da Fraternidade, mas virou alvo de um projeto para mais um espigão na cidade. Moradores criticam a construção do prédio, alegando que, além de acabar com a feira, ele tiraria a privacidade ou vista marítima de outros edifícios.

O projeto propõe a construção de um parque na área. A explosão no número de projetos de grandes prédios em Salvador já foi tema do Jornal Metropole e é alvo de críticas de especialistas. O diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA), Daniel Colina, por exemplo, defendeu, ao jornal, a necessidade de que projetos de verticalização sejam debatidos com a sociedade: "Apesar de ser um setor [imobiliário] que cria empregos, tem que ser debatido como manda a lei, porque tem lei para isso".