Haddad diz que manutenção do arcabouço fiscal depende mais do Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a manutenção do arcabouço fiscal depende mais do Congresso Nacional do que do Executivo, devido ao poder acumulado pelo Legislativo nos últimos anos. Ele destacou que o país vive hoje um “quase parlamentarismo”, no qual o Congresso dá a palavra final sobre temas relevantes. A declaração foi dada em entrevista ao Jornal O Globo. 

"Não há bala de prata para resolver um problema do tamanho do Brasil. Desde 2015, nós estamos com déficit estrutural. Queremos vencer essa etapa, mas depende muito mais do Congresso. Hoje nós vivemos um quase parlamentarismo. Quem dá a última palavra sobre tudo isso é o Congresso", respondeu o ministro ao ser perguntado o que fará para manter o arcabouço de pé.

Haddad ressaltou que o Brasil enfrenta um déficit primário estrutural desde 2015, atravessando diferentes governos, e que não há “bala de prata” para resolver a situação. Segundo ele, parte do problema atual se deve à transferência de poder iniciada no governo de Jair Bolsonaro, que “terceirizou o governo” ao Congresso.

O ministro também lembrou que o Congresso alterou medidas do pacote de ajuste fiscal aprovado em 2023 e ainda não votou o projeto que trata da aposentadoria dos militares. Para 2025, o governo espera a aprovação da nova faixa de isenção do imposto de renda, com compensação por meio do aumento do imposto mínimo para os mais ricos.