
Política
"Queremos construir a solução com o governo", diz Hugo Motta sobre IOF
Presidente da Câmara argumenta que o "país está cansado de aumento de impostos"

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (29), que quer construir, em parceria com o governo federal, uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O parlamentar justifica que o Brasil "está cansado de aumento de impostos". Ele deu um prazo de dez dias para a equipe econômica do governo de Lula encontrar uma alternativa para o aumento no imposto.
O aumento no IOF foi anunciado por Haddad na última quinta-feira (22). "Não há interesse do Poder Legislativo em tacar fogo no país", disse Motta em coletiva de imprensa. “Se nós tivermos um planejamento de médio e longo prazo, demonstrando responsabilidade fiscal e sinalizando para que, nessa estabilidade, tenhamos condição de rever nossa alta taxa de juros, dando ao governo e ao próprio ministro Haddad — que respeitamos e confiamos em sua atuação — é o que irá fazer o Brasil crescer e se desenvolver ainda mais”, completou.
O presidente da Câmara defendeu que o governo elabore medidas “mais estruturantes” para enfrentar o déficit das contas públicas, e não que tome uma medida “pontual”, como seria o caso dos aumentos das alíquotas do IOF, segundo ele. “Combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o país”, disse na rede social X.
Presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), o deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA) afirmou que a medida do Ministério da Fazenda pegou os parlamentares e o mercado “de surpresa”. “Foi um tiro no pé que o governo deu, traiu a confiança do mercado”, afirmou. O IOF incide sobre operações de crédito, câmbio e seguro. A ideia inicial do governo seria arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025, com o aumento das alíquotas, e R$ 41 bilhões em 2026 – ou seja: R$ 61,5 bilhões em dois anos.
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