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Servidores da Abin pedem saída de diretor-geral indiciado pela PF

Política

Servidores da Abin pedem saída de diretor-geral indiciado pela PF

Diretor-geral da agência consta em relatório da PF como suspeito de atrapalhar investigações

Servidores da Abin pedem saída de diretor-geral indiciado pela PF

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 17 de junho de 2025 às 14:21

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) publicou nesta terça-feira (17) uma nota pública de repúdio à permanência da atual cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mesmo após o indiciamento de seus membros por envolvimento com a chamada “Abin paralela”.

O indiciamento inclui o diretor-geral da agência Luiz Fernando Corrêa. O documento afirma que é "inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de justiça continuem ocupando cargos de comando na Abin". O próprio diretor-geral afastou de cargos servidores orgânicos que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes”, diz a entidade. Para a Intelis, esse desequilíbrio revela uma lógica perversa de gestão e reforça a sensação de aparelhamento institucional.

Em meio às investigações, Alessandro Moretti, ex-diretor-adjunto do órgão, deixou o cargo. “É absurdo sequer cogitar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de definhamento e desmonte da Inteligência de Estado, a mais maltratada e desvalorizada entre os grandes países do mundo. É ainda pior que membros de outro órgão do poder executivo queiram opinar na mídia sobre os rumos de uma atividade que desconhecem e que não deveriam possuir ingerência”, finalizam.

No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas sob suspeita de utilizar ilegalmente a estrutura da Abin para realizar o monitoramento irregular de autoridades públicas e ministros do STF. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). A investigação aponta que ministros do STF, deputados e jornalistas tiveram suas localizações rastreadas por essa “Abin paralela”, estruturada à margem dos procedimentos legais da agência.