
Política
Servidor afirma que foi orientado associar Lula a facções durante gestão Bolsonaro
Declaração aconteceu durante depoimento de Clebson Ferreira de Paula Vieira ao STF no âmbito do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O servidor do Ministério da Justiça Clebson Ferreira de Paula Vieira afirmou, em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), que, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), recebeu ordens para produzir dados que ligassem o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a organizações criminosas.
A declaração aconteceu nesta segunda-feira (14), no âmbito do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Clebson, que na época era analista de inteligência na Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça, relatou que foi orientado a levantar uma “correlação estatística” entre os votos no segundo turno das eleições presidenciais em territórios dominados por facções criminosas no Rio de Janeiro.
“Havia chegado um pedido para tentar ver a análise de correlação estatística da concentração de votos em territórios do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, para saber se havia correlação do ponto de vista de verificar se o candidato Lula tinha maior concentração de votos em áreas dominadas por facção criminosa”, afirmou o servidor.
Clebson disse ainda que o pedido chamou a sua atenção e que, à época, chegou a comentar a situação com a então esposa. “Camila era minha esposa à época e eu conversava com ela sempre que chegava alguma demanda com viés político, que parecia um movimento para ajudar o governo. Por isso mandei a mensagem, dizendo que tinha chegado uma demanda daquelas”, complementou o servidor.
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