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EUA criticam decisão do STF que condena Bolsonaro por tentiva de golpe de Estado

Política

EUA criticam decisão do STF que condena Bolsonaro por tentiva de golpe de Estado

Autoridades americanas falam em "uso da lei como arma política" e alertam para impacto nas relações diplomáticas

EUA criticam decisão do STF que condena Bolsonaro por tentiva de golpe de Estado

Foto: Ton Molina/Divulgação

Por: Metro1 no dia 12 de setembro de 2025 às 15:35

No dia seguinte à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou mensagens de autoridades americanas com críticas ao processo. As publicações falam em “uso da lei como arma política” e “perseguição e censura” do ministro Alexandre de Moraes.

Um dos posts compartilhados foi do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau. Na plataforma X, ele escreveu que Moraes “desmantela o Estado de Direito e arrasta as relações diplomáticas entre Brasília e Washington para o ponto mais sombrio em dois séculos”. “Os Estados Unidos condenam o uso da lei como arma política.[...] Enquanto o Brasil deixar o destino dessa relação nas mãos do ministro Moraes, não vejo saída para esta crise”, diz trecho da publicação.

Em seguida, a embaixada republicou mensagem do gabinete do subsecretário de diplomacia pública do Departamento de Estado americano, que descreve a decisão como sombria e afirma que Washington encara os desdobramentos com seriedade: “Essa decisão é mais um capítulo do complexo de perseguição e censura do ministro Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, que tem Bolsonaro e seus apoiadores como alvo”.

As publicações reforçam o posicionamento adotado pelo governo de Donald Trump durante o processo. O republicano vê semelhança entre os casos porque também se tornou réu, alvo de uma ação penal nos EUA, em agosto de 2023, acusado de tentar subverter as eleições de 2020, vencida pelo democrata Joe Biden.

Logo após a decisão do STF na quinta-feira (11), Trump disse ter ficado surpreso com a maioria formada na Primeira Turma da corte. Por 4 votos a 1, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. O regime inicial é fechado.

A defesa do ex-presidente disse que a pena é desproporcional e já anunciou que vai recorrer, inclusive no âmbito internacional. O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, afirmou também que seu país responderá ao que chamou de novo de "caça às bruxas" contra Bolsonaro.

Antes, ainda durante o julgamento, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na terça-feira (9) que Trump aplicou tarifas e sanções contra o Brasil para proteger a liberdade de expressão e que Washington não terá medo de usar o "poder econômico e militar” para defendê-la. Especialistas ouvidos classificaram a mensagem como equivocada e sem sentido.

Aliados de Bolsonaro esperam novas sanções a autoridades brasileiras diante da condenação do ex-presidente. Entre as medidas em discussão estão restrição de vistos e aplicação de punições financeiras. O governo Trump já suspendeu a entrada nos EUA de Moraes e outros sete ministros do STF — Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia — além do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet.