
Política
Jaques Wagner chama PEC da Blindagem de “vale-crime” e rejeita avanço no Senado
Senador também defende reduzir penas apenas para réus de menor envolvimento nos atos de 8 de janeiro, excluindo mandantes e financiadores

Foto: Jefferson Rudy | Agência Senado
O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou a criticar duramente a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados nesta semana. Em entrevista ao UOL nesta sexta-feira (19), ele classificou a proposta como um “vale-crime” e disse não ver chances de ela avançar no Senado.
O texto, relatado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), amplia as proteções a parlamentares e dificulta a abertura de processos e prisões de deputados e senadores. Aprovada em dois turnos na Câmara, teve 353 votos favoráveis e 134 contrários no primeiro, e 344 a favor e 133 contra no segundo.
Para Wagner, a proposta, apelidada por ele de “PEC da Malandragem”, tenta resgatar dispositivos da Constituição de 1988 em um contexto completamente diferente.
“Eu vejo a manifestação de várias lideranças, de vários partidos e não vejo a menor chance da chamada PEC da Malandragem prosperar, porque eu acho que ela é um vale-crime. [...] Eu fiz um crime hoje, me elejo, e aí o Congresso é que tem que autorizar eu ser processado. Isso é um absurdo”, declarou.
Ele ainda alertou que a lógica do texto poderia ser estendida futuramente para cargos de chefia em outras esferas, como governos estaduais e municipais.
PL da Anistia
Sobre o projeto de anistia aprovado na Câmara, Wagner disse ser contrário a qualquer benefício para os mandantes e financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ele defende apenas a redução de pena para os réus de menor envolvimento, chamados por ele de “bagrinhos”.
“Eu sou contra essa redução para os mandantes. [...] Redução para aqueles que foram massa de manobras, os ‘bagrinhos’, que esculhambaram a Praça dos Três Poderes, a mim não me incomoda tanto. Mas os que elaboraram um crime contra a democracia não devem ter redução de penas”, afirmou.
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