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Vieira reafirma que governo, oposição e Moraes fecharam acordo para aprovar PL da Dosimetria

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Vieira reafirma que governo, oposição e Moraes fecharam acordo para aprovar PL da Dosimetria

Um dia antes, senador sergipano havia apontado existência de pacto para acelerar votação do projeto que reduz penas de Bolsonaro

Vieira reafirma que governo, oposição e Moraes fecharam acordo para aprovar PL da Dosimetria

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Por: Metro1 no dia 18 de dezembro de 2025 às 17:13

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) reafirmou nesta quinta-feira (18) o que já havia revelado durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado um dia antes, quando o colegiado aprovou o PL da Dosimetria e abriu o caminho para que o texto que reduz as penas do ex-presidente jair Bolsonaro (PL) e de demais condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Ou seja, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "viabilizou" a votação do projeto, em um acordo costurado com parte da oposição, incluindo a tropa bolsonarista, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes e integrantes da corte. 

"O que a gente viu ontem foi a consequência de um acordo firmado entre o governo, a oposição e parte do Supremo Tribunal Federal. Um acordo que envolve os Três Poderes. O governo Lula viabilizou a votação. Se não tivesse o acordo, você não teria votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O presidente da comissão, senador Otto Alencar, já tinha verbalizado que daria vista regimental", disse o senador, ressaltando que, sem esse movimento, o texto só seria apreciado em fevereiro", disparou Vieira.

Para o senador, a contrapartida do governo nesse acordo foi garantir a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) que corta isenções tributárias federais e aumenta a taxação de bets e de fintechs, aprovado também na noite de quarta-feira (17). "O tempo vai mostrar exatamente quais são as variáveis desse acordo. Quem tá ganhando o quê? Agora, à tona, você tem a aprovação do PLP ontem que abre espaço fiscal de alguma coisa como R$ 20, R$ 22 bilhões de reais", afirmou.

Vieira criticou a manobra utilizada para evitar que o projeto voltasse à Câmara dos Deputados. Ele fez referência ao fato de que modificações substanciais no texto foram tratadas como meras "emendas de redação", artifício classificado pelo senador sergipano como "teatro". "Você consolida a narrativa que o governo federal vem utilizando, a de Congresso inimigo do povo, de Lula como defensor da democracia e do Supremo como defensor da Constituição", ressaltou.

O mesmo tom havia sido usado por Vieira na sessão da CCJ. “Quem nos acompanha está com dificuldade de entender o que está acontecendo. E eu sou um defensor da democracia, e democracia, repito, é o respeito pela decisão da maioria, mesmo quando a gente não concorda. Isso que está acontecendo aqui, a céu aberto”, disse. “Mas, nos bastidores, o que está acontecendo é um grande acordo que envolve diretamente o ministro Alexandre de Moraes, que se entende no direito de interagir com os senadores e deputados, sugerindo inclusive texto, enquanto ao mesmo tempo, na tribuna da Suprema Corte, verbaliza o contrário”, completou.

O parlamentar destacou também, na ocasião, os efeitos contraditórios gerados pelo projeto .“Esse texto vai beneficiar as pessoas que foram usadas como massa de manobra? Sim. E isso é bom. Ao mesmo tempo, vai beneficiar lideranças do movimento dito golpista, o que não é bom. Mas o conjunto da obra é resultado de um acordo, que se reconheça isso”, afirmou.

Embora o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), tenha revelado a existência do acordo antes da votação do PL da Dosimetria, aprovado pelo plenário da Casa por 48 x 25, o presidente Lula disse nesta quinta, em entrevista coletiva, que se houve de fato tal pactuação, ela não contou com sua anuência e conhecimento. Lula, que nos corredores do Planalto não escondeu a irritação com a postura de Wagner, antecipou ainda que vetará o texto integralmente.