"Fica a frustração", diz Walmir Assunção sobre não ser candidato a prefeito

Presente na Assembleia Legislativa da Bahia, onde a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) recebeu o título de cidadã baiana, o deputado federal Walmir Assunção (PT) comentou o fato de não ser candidato a prefeito de Salvador. Segundo o parlamentar, em entrevista ao Metro1, a expectativa era grande para debater racismo e movimentos sociais.

"Lógico que fica uma frustração, porque o Partido dos Trabalhadores é um partido que tem muitos movimentos sociais e eu sou oriundo de movimento social. Por outro lado, a maioria dos seus filiados é da população negra, e eu sou negro. Lógico que eu tinha essa expectativa de ser o primeiro candidato negro pelo PT da Bahia e debater esse tema, que eu acho nessa conjuntura importante e incorporar os movimentos sociais. Essa é a cara que a gente precisa para Salvador. Era uma grande expectativa, já que tenho experiência de quatro anos como secretário do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza no governo Wagner, como deputado estadual e federal, dirigente dos movimentos sociais e direção nacional do PT. Tudo isso permitia que fizesse o debate dessa questão racial e movimento social. Mas, ao mesmo tempo que o PT acredita que a melhor estratégia é ter uma candidatura que não seja do partido dentro desse momento de crise, não serei eu o responsável por criar divisão ou determinados rompimentos internos dentro do PT", disse ao Metro1.

Para o deputado, Salvador precisa de um negro como representante. "Fica minha frustração, fica minha indignação, mas eu sou um cidadão de partido, se eu sou deputado federal, o PT foi um dos responsáveis para me tornar deputado federal. Mas continuo trabalhando convicto de que a população negra de Salvador tem que ter um negro ou uma negra para ser prefeita. A população merece ter um representante no Executivo que represente a maioria na população. Fica o desejo de trabalhar muito para fortalecer o PT e fortalecer os partidos que estão junto com o nosso governador Rui Costa, compreendendo que Salvador precisa de um prefeito que possa amar, ter o carinho e representar a maioria do povo que vive na periferia da cidade, que é de movimento social e tem muita consciência política e determinação", finalizou Assunção.