Irritado, vereador critica falta de candidatura própria do PT: "Erro histórico"

Após colocar seu nome à disposição para ser uma das possibilidades de candidatura do PT no pleito de outubro em Salvador, o vereador Gilmar Santiago (PT) comentou, em entrevista ao Metro1, durante os festejos do 2 de julho, a decisão do partido de apoiar uma candidatura com a união da base do governo, que está dividida entre os nomes de Alice Portugal (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB). “Não tenho nenhuma mágoa, nenhum ressentimento [de não ter sido escolhido], apenas uma convicção: o PT errou em não apostar em uma candidatura própria. Nós somos um partido tradicional na cidade, disputamos várias eleições, fomos para o segundo turno em várias eleições, com Pinheiro [Walter], com Pelegrino [Nelson], portanto, nós temos uma marca nessa cidade, e essa marca vai ficar ausente”, declarou.

Segundo o vereador, fará falta uma candidatura do partido, o que, para ele, não será suprido por outro candidato da base do governo, referindo-se aos dois nomes mais cotados, de Lídice e Alice. “Vai ficar um vazio. E, com todo respeito, eu não acredito que as candidaturas que a gente venha a apoiar preencham plenamente esse vazio. Portanto, acho que o PT tinha que ter uma candidatura para defender o seu legado, para defender aquilo que a gente sempre defendeu para esta cidade e que, infelizmente, até hoje não tivemos o sucesso de ganhar uma eleição. Mas, vida que segue”, falou.

Apesar de irritado com o posicionamento do partido, Gilmar Santiago afirmou que, independente da decisão e da candidatura que o PT abraçar, ele irá trabalhar com o mesmo afinco. “Agora, acho que o PT cometeu um erro histórico”, finalizou o vereador, que preferiu não acompanhar o cortejo do governador Rui Costa. “Eu vi a saída do governador, achei a receptividade muito boa, mas não acompanhei porque estou esperando a minha turma para sair no bloco”, justificou. “Já participo do 2 de julho há mais de 30 anos e a receptividade é sempre boa porque, graças a Deus, nós conseguimos uma trajetória política que nos permite andar em qualquer rua da cidade e ser respeitado pelo povo, mesmo pelos adversários. O 2 de julho é para isso, é pra gente dizer que aquela luta que foi feita pela independência da Bahia e do Brasil permanece. Ela é atual porque nós precisamos ter mais democracia, mais liberdade e mais direitos sociais”, concluiu.