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O juiz federal Sérgio Moro, titular da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e responsável pelos julgamentos da Lava Jato, resolveu dar sua primeira entrevista sobre a operação deflagrada em março de 2014, que tem o objetivo de combater a corrupção do país. [Leia mais...]
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro, titular da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e responsável pelos julgamentos da Lava Jato, resolveu dar sua primeira entrevista sobre a operação deflagrada em março de 2014, que tem o objetivo de combater a corrupção do país. Aos 44 anos, e com 20 anos de carreira no Judiciário, ele conversou com o Estadão sobre diversos assuntos ligados ao cenário político brasileiro.
Questionado se seria candidato a algum cargo eletivo, ou se entraria para a política, ele foi enfático. "Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política. Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco".
Moro falou também que, talvez, o que mais chamou atenção dele na Operação Lava Jato, nesses dois anos e meio, foi uma quase naturalização da prática da corrupção. "A própria dimensão dos fatos. Considerando os casos já julgados aqui, o que nós vimos foi um caso de corrupção sistêmica, corrupção como uma espécie de regra do jogo. Empresários pagavam como uma prática habitual e agentes públicos recebiam como se fosse algo também natural. Isso foi bastante perturbador. [Chamou a atenção] Também a constatação, e aí me refiro a casos que já foram julgados, de que algumas pessoas que haviam sido condenadas na ação penal 470 (mensalão no Supremo Tribunal Federal) persistiam recebendo propinas nesse outro esquema criminoso na Petrobrás. Foi uma coisa bastante perturbadora", pontuou.
O juiz federal disse ainda que essa operação não consegue acabar com a corrupção no Brasil. "Não existe uma salvação nacional. Não existe um fato ou uma pessoa que vai salvar o país. Um caso, pela escala que ele tem, como esse da Lava Jato, pode auxiliar a melhorar a qualidade da nossa democracia".
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