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Acordo de delação de empresários da JBS perdoou 2 mil anos de prisão

Política

Acordo de delação de empresários da JBS perdoou 2 mil anos de prisão

A delação feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista concedeu o perdão de crimes cujas penas somadas individualmente poderiam alcançar de 400 a até 2 mil anos de prisão. Os relatos dos irmãos e dos diretores do Grupo J&F Investimentos feitos à Procuradoria-Geral da República descrevem 240 condutas criminosas reunidas nos depoimentos dos delatores e em 42 anexos entregues pelo órgão ao Supremo Tribunal Federal (STF). [Leia mais...]

Acordo de delação de empresários da JBS perdoou 2 mil anos de prisão

Foto: Divulgação / JBS

Por: Laura Lorenzo no dia 04 de junho de 2017 às 13:55

A delação feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista concedeu o perdão de crimes cujas penas somadas individualmente poderiam alcançar de 400 a até 2 mil anos de prisão, de acordo com um levantamento feito pelo jornal Estadão. Os relatos dos irmãos e dos diretores do Grupo J&F Investimentos feitos à Procuradoria-Geral da República descrevem 240 condutas criminosas reunidas nos depoimentos dos delatores e em 42 anexos entregues pelo órgão ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Foram relacionados oito tipos de crimes, entre eles 124 casos de corrupção e 96 de lavagem praticados por mais de uma organização criminosa. Especialistas em Direito Penal indicam que, em tese, muitas das condutas delatadas, apesar de autônomas, foram praticadas de forma continuada, como se fossem desdobramentos de um mesmo crime, como no caso da lavagem de partes de uma mesma propina por meio de ações diferentes para dissimular o dinheiro. Com isso, as penas pelos delitos poderiam cair para algo em torno de 230 anos no mínimo e 1,3 mil anos no máximo.

Por conta da delação assinado com o Ministério Público Federal (MPF), os irmãos Batista não poderão ser processados por nenhuma dessas 240 condutas criminosas, recebendo ainda imunidade em outras investigações em andamento e o perdão judicial caso sejam denunciados em outros processos. Eles pagaram ainda multa de R$ 110 milhões, valor considerado insuficiente por juristas diante das condutas praticadas.