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Sábado, 23 de março de 2024

Política

Isidório nega censura e comemora suspensão de peça com Jesus travesti: "Cachorragem"

A peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" -- que tem como personagem principal um Jesus travesti -- não pôde ser executada nesta sexta-feira (27) por decisão Judicial [Leia mais...]

Isidório nega censura e comemora suspensão de peça com Jesus travesti: "Cachorragem"

Foto: Divulgação

Por: Luiza Leão no dia 27 de outubro de 2017 às 20:05

Atualizado: no dia 30 de outubro de 2017 às 14:21

A peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" -- que tem como personagem principal um Jesus travesti -- não pôde ser executada nesta sexta-feira (27) por decisão Judicial acatada pelo juiz Paulo Henrique Albiani Alves na ação tombada na 12ª Vara Cível e Comercial de Salvador após solicitação do deputado estadual Pastor Sargento Isidório (Avante). Em entrevista ao Metro1, Isidório negou que o impedimento seja censura, defendeu que o desrespeito às crenças religiosas "passou dos limites" e classificou expressões culturais contemporâneas como "cachorragem".

"Acho que o limite do desrespeito às crenças religiosas, seja ela qual for, está demais. Passou dos seus limites. Não interessa se é o católico, se é um evangélico, se é de uma religião de matriz africana, se é o espírita. O que interessa é que o respeito precisa existir. Não tem como a gente aceitar as heresias que estão sendo feitas aqui", defendeu.

Dando "graças a Deus", o deputado parabenizou o Judiciário pela suspensão do espetáculo. "Eu parabenizo o Judiciário e, como foi favorável, eu agradeço a Deus, certo? Mas não é censura. Acho que existem outras formas de artes. Existem artes mais verdadeiras e mais positivas", avaliou Isidório.

Ex-homossexual, como se classifica, o deputado acrescentou que a peça não representa uma maioria. "Eu acho que até o próprio LGBT, eu acho que os gays e lésbicas não se sentem representados por um doente mental, que está aí em tudo quanto é canto. Mas a gente precisa parar e analisar. O que é que aconteceu? O que a gente está querendo é respeito às religiões, para evitar, prevenir que o Brasil se torne uma arena sangrenta de uma guerra religiosa", concluiu.

A peça faz parte do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac) foi exibida na noite da última quinta-feira (26) e voltaria a ser exibida nesta sexta.