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Lídice relata perseguição de ACM quando era prefeita e relembra êxito de Eliana Kertész

Política

Lídice relata perseguição de ACM quando era prefeita e relembra êxito de Eliana Kertész

Para ela, então governador acreditava que o sucesso da sua gestão na prefeitura poderia atrapalhar planos de tornar Luis Eduardo seu sucessor

Lídice relata perseguição de ACM quando era prefeita e relembra êxito de Eliana Kertész

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 04 de novembro de 2019 às 13:05

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) relatou, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (4), a perseguição que sofrei pelo então governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, enquanto era prefeita de Salvador. Ela afirma que, logo após ser eleita, procurou ACM para se apresentar, porque gostaria de ter uma relação respeitosa com ele. 

"Ele [ACM] me disse duas coisas. Perguntou minha idade, respondi que tinha 36 anos e ele disse que era a única inveja que tinha de mim. Ele disse ainda que eu era um pouco mais nova do que Luís Eduardo, mas eu ainda não tinha ideia do porque ele falava de Luis Eduardo. Depois de um tempo, eu vi que ele me via como ameaça a Luis Eduardo, porque era um grande sonho dele, de transformá-lo em governador. Luís Eduardo se vinculou como liderança nacional. Então para ele [ACM] o sucesso da gestão significaria para ele uma virada das forças democráticas, podendo ameaçar seu sonho de eleger Luis Eduardo. Nem mesmo eu tinha comprensão disso. Depois vim perceber a razão pela qual ele me perseguia", diz ela.

Lídice contou ainda como se elegeu na primeira vez que disputou o cargo de vereadora. No mesmo pleito, foi eleita Eliana Kertész, que acabou "puxando" os votos e proporcionou 26 vereadores do PMDB, contra apenas sete da PDS.

"No final de 82, fizeram um movimento para escolher as candidaturas no movimento estudantil e resolveram uma eleição entre eu e Clara Nunes, que depois foi presidente da UNE. Fizeram uma pesquisa e eu ganhei, mas eu não queria ir. Ninguém queria saber de política institucional. Fui muito contrariada. Foi uma campanha difícil. Os estudantes achavam tudo muito bom, participavam da campanha, não pagava ninguém, porém fazer campanha e pedir voto tinha um pouco de preconceito. Tinha um talento, que era Alfredo Tavares, que foi o único que ficou comigo. Meu tio Raimundo Matta não era de política, mas ficou comigo, pegou um carro velho, me deu, coloquei um som e era eu e Alfredo o dia todo pela universidade, pelas ruas do entorno. Foi uma surpresa para o partido. Sabíamos que Jane ia estourar. Tinha Ney Campello, e eu ninguém sabia. Aí eu fui a terceira mais votada e claro que Eliana puxou todo mundo. Com essa votação histórica, não superável. E foi assim que cheguei à Câmara Municipal de Salvador ", lembra. Ela ainda recorda que, naquele eleição, Salvador foi a cidade que mais elegeu mulheres, com cinco representantes. A legislatura, para Lídice, foi singular, porque seu grupo político conseguiu dois terços da Casa.

"Em 1982, elegemos em Salvador cinco mulheres. Foi a capital que mais elegeu mulher. Nós fizemos aquele feito de eleger dois terços da Câmara, porque Eliana puxou a votação do MDB. Eliana fez 26 vereadores do MDB. Foi singular aquela legislatura porque tinhamos dois terços da Câmara e o governo um terço. Só resistiram quadros deles", relata.

Assista a entrevista completa aqui: