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Marketing político não transforma candidato e eleitor, diz Fernando Passos

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Marketing político não transforma candidato e eleitor, diz Fernando Passos

Publicitário acredita, no entanto, que a campanha política é capaz de traduzir os interesses da população

Marketing político não transforma candidato e eleitor, diz Fernando Passos

Foto: Matheus Simoni/Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 03 de dezembro de 2019 às 12:23

O publicitário e presidente do Grupo Engenho Fernando Passos disse hoje (3), em entrevista à Rádio Metrópole, que a eleição do próximo ano ainda vai depender do programa político, mesmo com a influência forte das redes digitais.

Isso porque, conforme ele avalia, apesar de o marketing político não ter a função de transformar candidato e eleitor, é capaz de traduzir os interesses da população.  

"Sou uma pessoa muito cética em relação a marketing político. Porque o marketing político não necessariamente transforma o candidato e o eleitor. O marketing percebe o que o eleitor quer e faz campanha trazendo o desejo do eleitor. Essa é a grande sabedoria do marketing politico", considerou.

Ele afirma que, nas eleições presidenciais do ano passado, por exemplo, o PT foi afetado pela insatisfação do eleitor com o partido, o que favoreceu o opositor, Jair Bolsonaro. 

"O digital também (será importante), mas acho que o programa político também vai ter importância grande. A questão principal é saber... Acho que, a campanha do ano passado do 'maluco' teve essa percepção. Até a percepção de fazer com que o candidato ficasse calado. Porque se ele entrasse no debate, ele seria fulminado, entao tudo aconteceu de um jeito, que não sei se foi planejado, mas foi de acordo com a expectativa que existia", declarou. 

Mercado publicitário 

Fernando Passos também avaliou que o mercado publicitário baiano é restrito ao mercado de serviços,  já que a indústria local é pouco desenvolvida. 

"Grandes redes de varejo da Bahia foram embora e hoje são nacionais as empresas que vendem eletro. Os anunciantes industriais não existem, porque não existe indústria. Não tem uma fábrica de bem de consumo", reclama. 

No entanto, já que o campo da publicidade local foi criado com essas condições, ele acredita na capacidade de apostar na regionalização do mercado. 

"Voltamos ao que eramos. Tudo que a gente consome se produz fora. A realidade da propaganda reproduz isso(...). Sempre defendi regionalização da propaganda. O apelo de varejo depende desse tipo de conhecimento", pondera.