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'O que nos constrange é a falta de liberdade para fazer crítica', diz Paulo Miguez sobre governo

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'O que nos constrange é a falta de liberdade para fazer crítica', diz Paulo Miguez sobre governo

Vice-reitor da Ufba ainda disse que um dos principais problemas que a universidade enfrenta hoje é o impacto orçamentário sobre os contratos com trabalhadores terceirizados

'O que nos constrange é a falta de liberdade para fazer crítica', diz Paulo Miguez sobre governo

Foto: Matheus Simoni/Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 20 de janeiro de 2020 às 12:38

O vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (20), que os campos da cultura e da ciência no Brasil devem enfrentar um “apagão” diante da falta de liberdade para produzir crítica, no governo atual. 

Ele citou a polêmica envolvendo o ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, que atacou a atriz Fernanda Montenegro, depois de a artista fazer críticas à política das artes da gestão atual. 

“Nesse sentido que é uma derrota cultural. É saber que ali ao lado tem pessoas que acham que você tem que censurar o cinema e desrespeitar uma grande dama da vida cultural brasileira, como Fernanda Montenegro. Acho que vamos experimentar no campo da cultura, e no campo da ciência, por exemplo, um apagão, com efeitos nefastos sobre a vida brasileira e que são difíceis de serem revertidos”, disse Miguez. 

Ele afirma que acontece atualmente no país uma evasão de cientistas de diversas áreas. "Não é só a falta de recursos que nos constrange. O que nos constrange é a falta de liberdade para fazer a crítica, para fazer ciência. Isso é um problema”, reclama o vice-reitor.

Dificuldades orçamentárias

Miguez ainda disse que um dos principais problemas que a Ufba enfrenta hoje é o impacto sobre a diminuição do Orçamento da instituição sobre os contratos com trabalhadores terceirizados.

“O impacto disso na comunidade é muito grande, porque lá na ponta acaba tendo desemprego dos terceirizados que para nós, nos corta o coração. Porque terceirizados são figuras fundamentais da universidade. Temos hoje 2.480 trabalhadores terceirizados e parte deles trabalha com dedicação impressionante. Alguns com1 5 anos servindo à universidade. Quando se reduz contratos e não há alternativa a isso, a gente sabe que um conjunto de colegas de trabalho vai pagar preço com demissão”, afirma.